Moçambique pode receber até 50 milhões de dólares em troca da redução de emissões de dióxido de carbono provenientes da desmatação da Zambézia, de acordo com o Banco Mundial. Moçambique e a República Democrática do Congo (RD Congo) tornaram-se nos primeiros de 19 países a assinar estes contratos de pagamento, financiados através do Fundo de Carbono do Mecanismo de Parceria para o Carbono Florestal (FCPF), gerido pelo Banco Mundial, indica a instituição num comunicado divulgado na terça-feira no seu site.
Moçambique assinou o contrato a 1 de Fevereiro, desbloqueando uma verba que pode chegar aos 50 milhões de dólares, em função dos resultados. A RD Congo, que aderiu ao programa no final do ano passado, pode receber até 55 milhões de dólares (49 milhões de euros). Ambos os países têm recursos florestais significativos.
Cerca de 43% do território de Moçambique está coberto por florestas (34 milhões de hectares) que têm sido seriamente degradadas nos últimos anos.
O Programa de Gestão Integrada de Paisagem da Zambézia é o primeiro onde será implementado o “pagamento por resultados”, que prevê uma redução de 10 milhões de toneladas de emissões de dióxido de carbono até 2024.
O acordo prevê reduzir a desmatação e degradação da floresta, melhorando ao mesmo tempo as condições de vida das comunidades rurais em nove distritos da província da Zambézia, com oportunidades económicas associadas a uma utilização da terra mais inteligente em termos climáticos e conservação da biodiversidade e ecossistemas.
A RD Congo, que possui a segunda maior floresta tropical do mundo, enfrentou uma perda superior a 300 mil hectares entre 2010 e 2015 e tem estado a trabalhar com o Banco Mundial e outros parceiros no desenvolvimento do Programa de Redução de Emissões Mai-Ndombe.
Neste âmbito, foram já definidos mais de 13.000 hectares de “exclusões” florestais (áreas proibidas ao pasto) e plantados cerca de 4.000 hectares de acácia. Os outros 17 países envolvidos no Fundo de Carbono FCPF deverão assinar programas semelhantes, que se prolongam até 2024, durante o próximo ano. (Lusa)