A Bolsa de Valores de Moçambique (BVM) obteve em 2018 resultados positivos nos vários indicadores do mercado bolsista, concretamente no número de empresas cotadas, capitalização bolsita, liquidez de mercado, número de títulos cotados e números de títulos e titulares registados na Central de Valores Mobiliário (CVM). O principal indicador do mercado bolsista (capitalização bolsista) passou de 72.916 milhões de Mts em 2017 para 85.340 milhões de Mts em 2018, o que corresponde a um crescimento de 17 %. A capitalização bolsista em percentagens do PIB (Produto Interno Bruto) foi de 8,6%, ultrapassando a meta anual prevista de 8,4%. O índice de liquidez de mercado atingiu 3,88%. Na CVM, um serviço especializado da BVM, foram registados no ano transacto 35 títulos, contra os 15 que estavam planificados. Ao todo, o número de títulos constantes na CVM ultrapassa 7.600.
Estes dados foram avançados ontem em Maputo pelo PCA da Bolsa de Valores de Moçambique (BVM), Salim Valá, quando falava no evento da admissão da Touch Publicidade SA e da Arco Investimento SA, elevando assim para oito o número de membros daquela entidade responsável pela avaliação do valor das empresas no mercado bolsista. Entre os factores que contribuíram para os ganhos alcançados pela BVM, de acordo com Valá, destacam-se a admissão de novos títulos (obrigações de tesouros, obrigações corporativas, títulos de fornecedores, papel comercial e acções) e da evolução positiva do preço de títulos cotados.
Baixo nível de negociação do mercado acionista
Apesar de ter havido um crescimento nos indicadores a que acima se fez referência, o volume dos investimentos das transacções de que a BVM foi responsável em 2018 atingiu apenas 3.309 milhões de Mts, uma redução de 41 % comparativamente a 2017. Na origem da quebra esteve um menor nível de negociação do mercado accionista. “Em contrapartida, o número de transacções aumentou 15% ao passar de 616 transacções em 2017, para as 706 transacções em 2018, expressando um aumento da frequência da negociação de títulos cotados”, realçou o PCA da BVM.
Sobre as recém-admitidas empresas (Touch Publicidade SA e Arco Investimento, SA) na BVM, Salim Valá aplaudiu a iniciativa afirmando que é um contributo para reforçar os pilares em que assenta o mercado de capitais em Moçambique. Valá exortou outras empresas a seguirem a mesma via. Referiu-se, em particular, às mineradoras, operadoras de telefonia móvel, companhias das áreas de infraestruturas, pesca e turismo, concessões empresariais, bancos, seguradoras, grandes projectos florestais e do agro-negócio.
Venda de 7,5 % das acções da HCB
O PCA da BVM aproveitou a ocasião para anunciar que os trabalhos da oferta pública de venda de 7,5 % das acções da Hidroelétrica de Cahora Bassa ainda não terminaram, encontrando-se agora num ritmo acelerado.
O processo de venda das acções em causa vai ocorrer ainda este ano, mesmo que não tenha sido estabelecido qualquer prazo. Segundo Salim Valá, a operação dará um grande impulso ao mercado de capitais no país. O PCA da BVM acredita que a venda de 7,5% das acções da HCB será um processo de cidadania financeira e democratização do capital, exemplo de abrangência, inclusão transparência e credibilidade. (Evaristo Chilingue)