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sexta-feira, 26 junho 2020 05:54

Policiais e militares lutam pelo controlo da guerra em Cabo Delgado

A Unidade de Intervenção Rápida (UIR) e o Ministério do Interior estão conduzindo a guerra em Cabo Delgado, mas o Exército e o Ministério da Defesa Nacional estão lutando para assumir o controlo. Conhecidas colectivamente como Forças de Defesa e Segurança (FDS), foram as polícias paramilitares (UIR), que sob a batuta de Filipe Nyusi, ocuparam os cargos seniores e desencadearam as acções de defesa de Moçambique (entre 2013-15 contra a Renamo e continuando agora contra os insurgentes).

 

A luta entre as duas forças do Estado é sobre “confiança e dinheiro”. O objetivo é controlar o apoio militar estrangeiro, o que poderá envolver contratos lucrativos. O Comandante Geral da Polícia, Bernardino Rafael, assinou o contrato com a empresa de mercenários sul-africana Dyck Advisory Group (DAG) para fornecer helicópteros, aviões leves e drones agora em uso em Cabo Delgado. O DAG está contratado para fornecer seis helicópteros de combate, actualmente em uso na Líbia, alugados ao Frontier Services Group, de Eric Prince.

 

Mas chefes militares dizem que Rafael e DAG estão usando o tipo errado de equipamento, simplesmente adaptado de helicópteros civis. No ataque a Macomia, os helicópteros tiveram que continuar interrompendo suas missões para voar 100 kms de volta a Pemba, para reabastecimento. Actualmente, Moçambique possui apenas um helicóptero de ataque, o MI-8, construído na Rússia, e os militares dizem que seria sensato comprar mais equipamentos para o exército, a fim de permitir seu envolvimento na guerra.

 

Os militares apontam para a uma estreita rede da Frelimo controlando a guerra (e os negócios envolventes). Filipe Nyusi, Rafael e Alberto Chipande, todos oriundos de Mueda. Por outro lado, Nyusi não confia nas Forças Armadas. Em Fevereiro, ele recebeu informações segundo as quais militares de alta patente estavam mentindo para o presidente sobre as incidências da guerra, mas também que planos militares estavam vazando para os “insurgentes”. Em janeiro, Nyusi nomeou Jaime Neto como Ministro da Defesa. Neto não tem experiência militar. Isso poderia ser interpretado como uma maneira de manter os militares fracos e subordinados ao grupo que controla a Polícia.(Africa Monitor)

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