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segunda-feira, 11 maio 2020 06:32

Ataques terroristas já mataram mais de mil pessoas em Cabo Delgado – aponta Relatório

Até ao passado mês de Abril, o conflito militar que se verifica na província de Cabo de Delgado, desde Outubro de 2017, já tinha dizimado cerca de 1.100 pessoas, segundo consta do relatório sobre o aumento da violência militar, divulgado há dias, pelo Projecto de Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos (cuja sigla em inglês é ACLED), uma Organização Não-Governamental norte-americana. De acordo com a organização, dos óbitos já registados, 700 são civis e os restantes são membros das Forças de Defesa e Segurança (FDS) e do grupo terrorista.

 

Segundo a ACLED, uma ONG que se dedica à recolha e análise de dados sobre violência política em diferentes regiões do mundo, só nos primeiros quatro meses de 2020, 285 pessoas morreram, sendo que destas 200 são civis.

 

Em Cabo Delgado, conforme relatam fontes militares presentes no teatro das operações, nos últimos dias, as FDS mudaram a sua abordagem, havendo poucos sucessivos da parte dos terroristas, entretanto, estes atacaram a aldeia Cagembe, no distrito de Quissanga, uma incursão reivindicada pelo Estado Islâmico da África Central (ISCAP), que garante ter assaltado algumas “quantidades” de armas de fogo e mantimentos.

 

“Carta” soube ainda que algumas aldeias tiveram a sua segurança reforçada. São os casos das aldeias de Namau, no distrito de Mueda, terra natal do Presidente da República, Filipe Nyusi. A aldeia localiza-se na zona limítrofe com a sua similar de Diaca, no distrito de Mocímboa da Praia, que já sofreu diversas incursões do grupo.

 

Ainda no âmbito do combate ao terrorismo, o Comandante-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael, entregou, há dias, 80 motorizadas para os membros da 10ª Subunidade de Intervenção Rápida, cujo objectivo é aumentar a capacidade operativa da Polícia no teatro operacional norte, assim como para a reposição da ordem, segurança e tranquilidade públicas no centro e norte de Cabo Delgado.

 

Na ocasião, Rafael disse: “as FDS devem ocupar as posições com objectivo de encontrar os terroristas e flexibilizar a penetração na busca dos mesmos”.

 

Relata-se ainda a suposta destruição de acampamentos dos malfeitores em aldeias recônditas dos distritos de Quissanga, Macomia e Mocímboa da Praia, onde iça-se bandeiras da República de Moçambique. Destaca-se também unidades de controlo e manutenção da ordem nas sedes dos distritos assaltados pelos insurgentes, como forma eliminar o grupo. Soubemos ainda que o país irá receber, nos próximos dias, apoio de alguns parceiros de cooperação, depois de o Conselho Nacional de Defesa e Segurança ter reconhecido estar-se diante de invasão externa com certos elementos nacionais. (Omardine Omar)

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