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quarta-feira, 18 dezembro 2019 03:14

Nyongo ameaça “paralisar” distritos no centro do país

Mariano Nyongo ameaçou “paralisar” distritos das províncias de Tete e Sofala, acusando as forças governamentais de estarem a raptar e matar guerrilheiros seus.

 

“Eles (as forças governamentais) querem provocar a guerra e a Renamo vai responder. Tudo vai estar paralisado em Nhamatanda, Gorongosa e Zumbo”, disse o líder da auto proclamada Junta Militar da Resistência Nacional Moçambicana, em entrevista telefónica à Lusa a partir da serra da Gorongosa, na província de Sofala.

 

Nyongo acusa as forças governamentais de estarem a raptar e matar os seus guerrilheiros naquela região.


“Na manhã de hoje foram achados dois corpos de membros nossos sem vida em Lamego, no distrito de Nhamatanda. Estas pessoas foram raptadas pelos militares da Frelimo na noite de sábado passado”, disse.

 

Apesar de as autoridades moçambicanas responsabilizarem os membros da Renamo pelos ataques no centro de Moçambique, Nyongo reitera que não está ligado aos ataques que têm sido protagonizados desde Agosto na região.


“Se realmente nós atacarmos será um perigo para a população e não para os governantes. Nós podemos inviabilizar o funcionamento de empresas, gado e outras actividades económicas”, ameaçou.

 

Nyongo lidera a auto-proclamada Junta Militar da Renamo que contesta a liderança do partido e exige melhores condições de reintegração dos seus guerrilheiros, considerando que o acordo de paz assinado em Agosto entre o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e o presidente da Renamo, Ossufo Momade, é nulo.

 

O grupo de guerrilheiros liderado por Mariano Nyongo já ameaçou por mais do que uma vez recorrer às armas caso não seja ouvido, mas, por sua vez, também se diz perseguido por outros elementos desconhecidos.

 

As incursões armadas na província de Sofala e Manica, que já causaram pelo menos 11 mortos desde Agosto deste ano, acontecem num reduto da Renamo, onde os guerrilheiros se confrontaram com as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas e atingiram alvos civis até ao cessar-fogo de Dezembro de 2016.

 

Oficialmente, o partido afasta-se dos actuais incidentes e diz estar a cumprir as acções de desarmamento que constam do acordo de paz de 06 de Agosto, mas o grupo liderado por Nyongo (considerado "desertor" pela Renamo) permanece entrincheirado, reivindicando melhores condições de desmobilização. (Lusa)

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