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segunda-feira, 09 dezembro 2019 05:39

Ataques em Cabo Delgado: Insurgentes continuam a semear terror

Primeiras fotografias do DAESH divulgada na conta de twitter do Jornalista Wassim Nasr, da France 24 publicadas no último domingo depois do ataque em Marere (Malali), Mocimboa da Praia.

Os distritos da zona norte da província de Cabo Delgado continuam em “chamas”. Tal como é do conhecimento público, as populações residentes nas aldeias e localidades dos distritos de Macomia, Mocímboa da Praia, Palma, Nangade e Muidumbe continuam a viver momentos de terror, com o assassinato de pessoas e destruição de diverso património privado e público.

 

Entre os dias 03 e 07 de Dezembro passados, os residentes das aldeias Ingoane e Ilala, no distrito de Macomia, e Marere, no distrito de Mocímboa da Praia, voltaram a ser atacados pelos insurgentes.

 

A aldeia Marere, no Posto Administrativo de Mbau, foi “visitada” na passada sexta-feira, 06 de Dezembro, e, de acordo com as fontes, o grupo de homens, que estava munido de armas de fogo e catanas, entrou na aldeia durante a madrugada, tendo morto dois civis e atacado uma posição militar e furtado armas e munições. Reporta-se ainda o assassinato de mais de 10 membros das Forças de Defesa e Segurança (FDS).

 

A fonte, que narrou o episódio à “Carta”, assegura que o ataque ocorreu durante a madrugada (3:00 horas) daquele dia e que o grupo voltou destruir bens da população, para além de ter morto e raptado algumas mulheres. A fonte não confirmou o número de mortes e nem de raptadas.

 

O ataque foi, mais uma vez, reivindicado pelo Estado Islâmico, algo que aconteceu no mesmo dia (sexta-feira), através da sua página Al Naba e, no aludido comunicado, o grupo radical islâmico diz ter morto 16 militares e capturado um.

 

Ainda no mesmo dia (06 de Dezembro), quando eram 20:00 horas, os insurgentes atacaram a aldeia Ingoane, mas sem provocar óbitos. A fonte conta que a aldeia encontrava-se deserta, quando os “malfeitores” chegaram. Entretanto, queimaram algumas casas que restavam e outras que estavam em reconstrução.

 

Fotografia publicada na página do Estado Islâmico na África Central que reivindicam autoria do ataque sobre aldeia Marere (Malali) em Mocimboa da Praia, onde atacaram uma posição militar e furtaram armamento diverso

 

Já no dia anterior, 05 de Dezembro, quatro jovens residentes na aldeia Ilala, no Posto Administrativo de Quiterajo, no distrito de Macomia, foram baleados nos membros inferiores (pernas) por cinco homens armados que, no momento, estavam vestidos com o uniforme das FDS.

 

Conforme apuramos de testemunhas, tudo aconteceu por volta das 12:00 horas, numa zona próxima à aldeia Pequeue. A fonte garante que os jovens, que eram pescadores, foram interpelados por cinco homens fardados, que se apresentaram como militares. Porém, devido ao local onde se cruzaram e o modus operandi dos insurgentes, as vítimas dispersaram-se, tendo sido, de seguida, alvejados por tiros de uma arma de fogo.

 

A fonte disse à “Carta” não saber como foi possível os jovens escaparem à morte, depois de terem sido “imobilizados”, mas assegura que foram levados a uma unidade das FDS, localizada na aldeia Pequeue, antes de serem evacuados para o Centro de Saúde de Mucojo, no mesmo distrito (Macomia).

 

Enquanto isso, na tarde (15:00 horas) do passado dia 03 de Dezembro ocorreu mais um ataque na estrada que liga Mocímboa da Praia e Palma, concretamente na aldeia de Matapata, a cerca de 25 Km da sede do distrito de Palma. No local, os insurgentes atacaram três viaturas e mataram duas pessoas, não se sabendo o número real de feridos que foram evacuados para o Hospital Distrital de Palma. Sabe-se apenas que um dos feridos grave é membro das FDS. As fontes garantem ainda que um dos feridos é de nacionalidade britânica e é trabalhador da empresa G4S, que presta serviços às multinacionais instaladas na bacia do Rovuma. 

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