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quinta-feira, 11 abril 2019 13:30

Dia do Jornalista Moçambicano: verdadeiro sindicato da classe precisa-se

Com o caso do jornalista Amade Abubacar votado ao esquecimento, sem contar com outros assuntos de extrema relevância no nosso meio jornalístico, o SNJ (Sindicato Nacional dos Jornalistas) teve esta quinta-feira, 11 de Abril (Dia do Jornalista Moçambicano), o descaramento de aparecer publicamente com elogios para uma classe a que não liga importância.

 

Abubacar está desde há meses privado de liberdade numa cela na cadeia da capital provincial de Cabo Delgado, Pemba, sem que se vislumbre uma data para o seu julgamento. Amade Abubacar foi detido, alegadamente por ter violado o ‘segredo do Estado’, quando num dos distritos daquela província entrevistava pessoas fugindo dos ataques protagonizados pelos insurgentes. Não houve um único dia em que o SNJ aparecesse publicamente a defender o inditoso jornalista de Cabo Delgado, o que claramente constitui uma demonstração da subserviência daquele Sindicato ao poder!

 

Não é de admirar tal silêncio do SNJ no “caso Abubacar”, pois exceptuando raros casos ‘festivos’ como o de hoje, ou em esporádicas situações de alguma tragédia, quando emite choramingueiros comunicados vazios de conteúdo, aquele Sindicato para mais nada serve. Contrastando com as ‘críticas’ que amiúde tem lançado aos órgãos de informação independentes, acusando-os de não respeitar a ética ou deontologia profissional, e de se imiscuírem na vida alheia (entenda-se crítica a certos comportamentos e atitudes de alguns dirigentes, que chocam com a postura que estes devem manter perante o público), o SNJ hoje fala do “envolvimento ético dos jornalistas na busca da verdade”.

 

Em alusão ao trabalho da classe jornalística moçambicana relacionado com a passagem, em meados de Março último, pela região centro de Moçambique do ciclone Idai, o ‘nosso’ SNJ diz que foi o trabalho dos jornalistas nacionais que permitiu à comunidade internacional ter conhecimento do que estava a acontecer no nosso país. Como que movido por um súbito ‘peso de consciência’, o SNJ reconhece que o Dia do Jornalista Moçambicano deve ser motivo de reflexão sobre as (precárias) condições em que os profissionais da comunicação social trabalham! (Humberto Mandlate)

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