A queda de Francisco Mabjaia (na verdade, os motivos da queda), como primeiro-secretário da FRELIMO da cidade de Maputo, coloca-nos diante de um mistério muito dificil de decifrar. Um caso capaz de embaraçar qualquer criminalista ou laboratório forense avançado. Um caso de Ci-Esse-Ai.
Tudo o que se sabe é que o "mista-tractor" vinha sendo vítima das suas próprias decisões um tanto quanto acrobáticas. Mas aí está. O homem é um colecionador nato de trafulhices. Qual foi então a trafulhice que precipitou a sua queda?
Nos últimos dois casos, parece que Mabjaia não tinha alternativas. Parece que as decisões foram tomadas num outro nível e a ele só cabia executar. Ou seja, fazer as trafulhices. O homem estava entre a espada e a parede. Mas podem ser essas últimas trafulhices que ditaram a sua queda vertiginosa.
Enfim, seja o que seja (como diria a minha prima) parece que, ultimamente, Mabjaia tinha decidido "meter água" no partido. É tanta água turva que dificulta a autópsia, mas mesmo assim há que descobrir qual foi o tiro que "matou" o Mabjaia. O tiro no pé ou o que saiu pela culatra? Talvez nem o tempo dirá.
- Co'licença!
De algum tempo a esta parte, Samito, filho de Samora e Josina e Graça, tem vindo a fazer grandes descobertas. Por exemplo, quando foi acotovelado no seu partido (FRELIMO) e matrecado pelo Conselho Constitucional (Cê-Cê), em conluio com os órgãos de gestão eleitoral, Samito descobriu que na FRELIMO não há democracia interna e que os processos eleitorais neste país são viciados. Ou seja, Samito descobriu que a Cê-Ene-É, o STAE e até o Cê-Cê agem a mando da FRELIMO.
O fascínio exercido pela Ilha de Moçambique, sem par em Moçambique e na linha dos grandes tesouros patrimoniais da Humanidade, explica o muito que se tem escrito sobre ela, em termos de História, Arquitectura, Religião, Cultura, Poesia. A Ilha, Muipiti, tem sido um tema irresistível para os poetas. N“Os Lusíadas”, Camões dedicou-lhe uma estrofe, embora não das mais notáveis do épico. Seguiram-se outros grandes poetas: Alberto de Lacerda, Virgílio de Lemos, Glória de Sant’Anna, Luís Carlos Patraquim, Nelson Saúte, outros, e o meu preferido, Rui Knopfli, com o seu extraordinário livro de poesia e fotografia, “A Ilha de Próspero”, ponte entre a Ilha e o Bardo.
Para muitos, Elias Dhlakama é apenas irmão de Afonso, também Dhlakama, o falecido líder da RENAMO. É uma irmandade despoletada em forma de propaganda política da FRELIMO e de Filipe Nyusi quando, só em 2015, Elias foi promovido a dois cargos de relevo nas Efe-A-Dê-Eme: em Fevereiro, promovido a comandante do comando de reservistas e, em Setembro, promovido da patente de coronel para brigadeiro. De resto, foram duas cerimónias pomposas e mediáticas vistas por alguns analistas como arranjo de cavalheiros. Golpe político.
Fora isso, Elias não passa de um profeta bíblico que significa "Jeová é meu Deus" que tenta a todo custo infiltrar-se e benzer a RENAMO. Elias não passa de uma menina mimada que não ajuda a escolher o feijão, nem a acender e a soprar o fogão, mas que aparece, fazendo aquele sorriso administrativo, na hora de comer.
Pensamos que acontece apenas com os nossos partidos em Moçambique: mas é uma doença generalizada. Transversal, como se diz no idioma dos que escrevem. Em todo o lado a regra é a mesma: os partidos nunca erram. Podem cometer falhas. Pequenas, sempre. Insuficiências, como dizíamos nos tempos. Mas errar nunca. E porque nunca erram não se sentem nunca obrigados a pedir desculpa. Acreditam os partidos que pedir desculpa os colocaria numa posição de enorme fragilidade.
Não se sabe com que intenções, o Governo decidiu fazer ouvidos de mercador quando os moçambicanos levantam sua voz contra a insurgência em Cabo Delgado. Na segunda feira, o Ministro da Defesa, Salvador Mtumuke, ignorou o assunto. No seu discurso na abertura do Conselho Coordenador do Ministério da Defesa ele foi evasivo. Na quarta feira, o porta-voz da PRM, Inácio Dina, perguntado sobre os recentes ataques em Cabo Delgado, não confirmou nem desmentiu. Ele murmurou um ”nim” barulhento. Nem sim, nem não!