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20 de Abril, 2023

Poderão escassear combustíveis nos próximos dois meses – alerta fonte do sector

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Algumas petrolíferas estão a reduzir quantidades na importação de combustíveis por causa da dívida do Estado às empresas do sector, revelou fonte da “Carta” ligada à classe. Como consequência, nos próximos dois meses poderá haver crise de combustíveis no país.

 

O Estado tem uma dívida acumulada às empresas petrolíferas, no montante de 400 milhões de USD, equivalentes a 25.6 mil milhões de Meticais. Essa dívida está a ter um impacto negativo no negócio da classe.

 

Segundo a fonte, por conta da dívida do Estado, as empresas estão a reduzir as quantidades na importação de combustíveis, numa altura em que o preço do petróleo no mercado internacional disparou. Como consequência, a fonte alertou que, nos próximos dois meses, poderão escassear combustíveis no mercado nacional.

 

Aliás, referiu que nos últimos dias já há gasolineiras que não conseguem fornecer combustíveis satisfatoriamente aos seus clientes. Por causa da dívida e a crise de combustíveis a nível internacional (agravada pelo conflito entre Rússia e Ucrânia), a nossa fonte disse que pelo menos 12 empresas não resistiram e fecharam as portas.

 

Como forma de reverter o cenário, a fonte apela ao Governo a rever em alta o preço actual de diversos combustíveis líquidos no país, por já serem insustentáveis e/ou pagar a dívida. Lembrou que o reajuste do preço de combustíveis é mensal, conforme o Decreto n.º 89/2019 que aprova o Regulamento sobre os Produtos Petrolíferos.

 

A fonte disse que o preço dos combustíveis é muito baixo em Moçambique comparativamente a outros países da região. Por isso deve ser reajustado, caso contrário nos próximos dois meses haverá crise no fornecimento de combustíveis.

 

Na semana passada, o Presidente da Associação Moçambicana de Empresas Petrolíferas (AMEPETROL), Michael Ussene, disse publicamente que, com o preço do barril de Brent no mercado internacional a variar entre 83 a 84 USD cada, em condições normais, o litro de gasóleo seria de 110 Meticais contra os actuais 87.97 Meticais e a gasolina custaria no máximo 104 Meticais, mais 17 Meticais em relação aos actuais 86,97 Meticais.

 

Em contrapartida, Ussene explicou que o actual preço seria praticável se o barril de Brent no mercado internacional custasse 70 USD cada. O último reajuste ocorreu em Julho de 2022, em que a gasolina subiu de 83,30 Meticais por litro para 86,97 Meticais e o gasóleo passou de 78,97 Meticais para 87,97 Meticais por litro. Já o petróleo de iluminação passou de 71,48 Meticais, o litro, para 75,58 Meticais e o Gás Veicular, de 40,47 o kg equivalente, para 43,73 Meticais. (Carta)

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