Sir Motors
Há quase um mês que a região metropolitana do Grande Maputo regista uma grave crise no fornecimento do carvão vegetal, uma das principais fontes de energia para confeção de alimentos nas famílias deste ponto do país. O facto está a originar a subida galopante do preço do produto em quase todos os mercados.
Em causa está a falta de emissão de licenças por parte das entidades competentes. À “Carta”, alguns vendedores da província de Maputo relataram que há quase dois meses que não conseguem descarregar carvão, uma vez que as licenças não estão a ser emitidas. Os poucos que conseguem trazer o produto fazem-no de forma clandestina, adquirindo um carvão de baixa qualidade.
Em muitos estaleiros da Cidade e Província de Maputo não há carvão, e os poucos vendedores que ainda têm o produto praticam preços proibitivos. O saco de carvão de 50 quilogramas, que até Janeiro era vendido entre 1600 e 1800 Meticais, hoje está a ser comercializado entre 2000 e 2200 Meticais. Já o saco pequeno, que era vendido a 450 meticais, custa agora 600 meticais.
O preço do carvão vendido em pequenos montes e em sacos plásticos também subiu. O carvão comercializado e consumido na Cidade e Província de Maputo tem como origem as províncias de Gaza e Inhambane.
“Carta” contactou o Ministério da Agricultura, Ambiente e Pescas para apurar as razões por detrás da escassez do carvão. Uma fonte da Direcção Nacional de Florestas, que preferiu não ser identificada, explicou que a Cidade de Maputo está a registar escassez de carvão pelo facto do Governo ter demorado este ano a aprovação das quotas de exploração florestal, que normalmente são aprovadas até 01 de Abril. Após a aprovação, o processo segue com o licenciamento e, posteriormente, com a exploração florestal.
Segundo a fonte, este ano o Conselho de Ministros só aprovou as quotas há sensivelmente três semanas e, na sequência do cumprimento das formalidades posteriores, acredita-se que nos próximos dias a situação da escassez de carvão irá estabilizar-se.
