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terça-feira, 21 dezembro 2021 07:56

Réveillon sem praias em pleno verão “ardente”

Citadinos de Maputo, Xai-Xai, Inhambane, Beira, Quelimane e Pemba, assim como turistas da Ponta D’Ouro, Macaneta, Bilene e Inhambane passarão a transição do ano sem as praias, apesar do calor escaldante em quase todo o país. Esta segunda-feira, na sua última Comunicação à Nação em 2021, no âmbito do Estado de Calamidade, o Presidente da República manteve encerradas as 18 praias interditas desde Outubro último.

 

Trata-se das praias da Costa do Sol e Katembe (Cidade de Maputo); Ponta D’Ouro e Macaneta (província de Maputo); Bilene e Xai-Xai (Gaza); Barra, Tofo e Guinjata (Inhambane); Estoril, Macuti e Ponta Gêa (Sofala); Zalala (Zambézia); Fernão Veloso (Nampula); e Wimbe, Marringanhe, Sagal e Inos (Cabo Delgado).

 

Nyusi não explicou as razões para a manutenção desta medida, mas aquando do seu encerramento, o Conselho de Ministros justificou a sua decisão com o facto de haver elevados níveis de desobediência nestas praias. Refira-se que se trata de praias de fácil acesso à população, contrariamente às restantes praias, que são de difícil acesso, devido às condições das vias de acesso.

 

No cômputo geral, Filipe Nyusi manteve as medidas decretadas em finais de Outubro último, referente ao “Nível 2” da pandemia da Covid-19, embora tenha revelado que o país já transitou para o “Nível 3”. Isto é, mantém-se o Recolher Obrigatório em todas as cidades e vilas distritais, das 00:00 horas às 04:00 horas; mantém-se os actuais horários de funcionamento dos estabelecimentos comerciais, restaurantes, bottle stores, bares e ginásios.

 

As únicas excepções verificam-se nas visitas aos reclusos, que ficam suspensas, assim como reduzidas as visitas aos doentes nos hospitais, de duas para uma por dia. O recolher obrigatório, por sua vez, será suspenso nas madrugadas do dia 25 de Dezembro e 01 de Janeiro de 2022, de modo a permitir que as famílias celebrem as festas do Natal e do Fim do Ano sem restrições.

 

No seu discurso, Filipe Nyusi admitiu ser um exercício difícil decidir pela abertura ou pelo “encerramento” do país, tendo em conta a incerteza que caracteriza o dia-a-dia dos moçambicanos. Sublinhou que o aumento ou a descida do número de novas infecções irá depender do comportamento de cada moçambicano durante a quadra festiva. Aliás, alertou que as actuais medidas poderão ser revistas a qualquer momento, desde que se note uma subida exponencial de números de casos.

 

O Chefe de Estado explicou que a decisão de manter as medidas do decreto anterior deriva dos seguintes pressupostos: a transição dos indicadores de pandemia para o nível três de alerta, a disseminação da variante Ómicron que oferece grandes incertezas sobre a sua evolução, a situação difícil da Covid-19 caracterizada pelo aumento da transmissão em vários países do mundo, incluindo os vizinhos, o processo de vacinação, entre outros. As medidas entraram em vigor hoje e prolongam-se até ao dia 19 de Janeiro de 2022.

 

Moçambique já está na quarta vaga

 

No seu discurso, Filipe Nyusi confirmou que Moçambique já se encontra na quarta vaga da Covid-19, sendo que, nas últimas quatro semanas, registou-se um aumento rápido da taxa de positividade semanal (que passou de 0.4% para 24.5%), “uma evolução gigantesca que deve ser preocupante”.

 

“De igual modo, o número de casos semanais aumentou de 32 para 5.955, enquanto a taxa de ocupação de camas registou um ligeiro incremento de 0.2% para 3.3%”, revelou o Chefe de Estado, sublinhando que a transmissão é mais elevada na zona sul do país.

 

“Estes dados revelam que a variante Ómicron é mais transmissível. (…) Isto significa que já estamos na quarta vaga e transitamos durante a semana passada do «Nível 2» para o «Nível 3»”, afirmou, sublinhando que é uma situação já previsível.

 

Refira-se que nas últimas 24 horas foram notificados 553 novos casos, 15 internamentos e 7.195 casos activos da Covid-19. (Marta Afonso)

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