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quarta-feira, 17 novembro 2021 08:01

Ainda não há evidências de que sumo Ceres retirado do mercado é nocivo à saúde – diz INAE

Quatro dias depois de ter vindo a público anunciar o decurso de uma campanha de recolha e proibição de consumo e venda do sumo Ceres de maça de 200 ml por ser impróprio ao consumo humano, a Inspecção Nacional das Actividades Económicas (INAE) apareceu nesta terça-feira a defender ainda não haver evidências de que o produto seja nocivo à saúde.

 

Falando em conferência de imprensa na manhã de ontem, o porta-voz da instituição, Tomas Timba, disse ainda ser prematuro chegar-se a tais conclusões, pois, decorrem “análises profundas laboratoriais” para aferir até que ponto o produto poderá provocar doenças.

 

“O que nós tomamos conhecimento com a própria fábrica é que esta é uma retirada preventiva, não porque haja evidências de que os níveis da Patulina existente em cada uma dessas unidades venham causar doenças como tal, talvez se houver um consumo excessivo”, explicou a fonte.

 

Lembre-se que, na passada sexta-feira, a INAE convocou a imprensa para informar que estava a retirar do mercado nacional todas as embalagens do sumo Ceres de 200 ml por se ter detectado uma micotoxina, designada Patulina, uma substância capaz de provocar vómitos, náuseas, problemas gastrointestinais e, em caso mais grave, levar à morte.

 

Timba não avançou quanto tempo as análises laboratoriais irão levar, mas sabe-se que a INAE foi notificada sobre o caso em Outubro passado, altura em que a empresa produtora do sumo, a sul-africana Pioneer Foods, descobriu o problema.

 

Das mais de duas mil caixas existentes no mercado, a INAE garante apenas ter retirado cerca de 700 caixas nas províncias de Nampula, Maputo e na cidade da Beira, província de Sofala. Ou seja, mais de 1000 caixas ainda estão por retirar ou já terão sido consumidas. Sublinhe-se que se trata dos lotes produzidos nos dias 14, 21 e 22 de Junho passados.

 

Refira-se que este não é o primeiro caso de retirada de produtos alimentares sul-africanos por serem considerados nocivos à saúde humana. Em Fevereiro de 2020, o Ministério da Saúde ordenou a retirada de enlatados na marca Pilchards por estarem deteriorados. Já em Março de 2018, as autoridades sanitárias moçambicanas proibiram o consumo de carnes processadas e outros enchidos produzidos por duas empresas sul-africanas, devido ao surto de Listeriose naquele país. Em todos os casos, nunca se soube do desfecho final dos casos, sendo que os produtos voltaram a ser comercializados normalmente. (Marta Afonso)

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