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Maputo fez ontem 134 anos de elevação à categoria de cidade. Maputo é Moçambique. Em Maputo está o mundo: estão malauianos; mexicanos; malteses; malaios, etc. É uma cidade que a Este faz limite com o mar; a Oeste com a cidade da Matola; a Norte, o distrito de Marracuene; e a Sul com o distrito de Matutuíne.
Cidade que abriga todos os ministérios do Governo e instituições tuteladas, donde se tomam decisões para todo o país; é um território em que se localizam todas as sedes das grandes empresas e não só. Maputo é o motor do país, aliás, é a capital do país.
É na cidade de Maputo que, a partir da Presidência da República, se decidiu há dois dias a exoneração do Ministro (Amade) Miquidade e não só; Maputo é a cidade em que, há dias, o Município proibiu a marcha dos médicos; uma cidade, na qual, caso o ex-Ministro Manuel Chang voltasse, iria, em julgamento, “mafiar” a magistratura moçambicana.
Maputo é a cidade onde, economicamente, quando há maior desvalorização do Metical, a vida de muitos moçambicanos é drasticamente afectada; cidade em que a maioria dos mercados precisam de ser melhorados, uma necessidade que exige um investimento de milhares de Meticais; é uma cidade em que, recentemente, o Município inaugurou parte do Mercado Magumba, facto que não agradou algumas “mamanas” que ainda não tiveram bancas.
Maputo é uma cidade para qual o Banco Mundial aprovou, há quase um ano, 100 milhões de USD para o Projecto de Transformação Urbana. Trata-se de um projecto que visa financiar investimentos críticos em infra-estrutura urbana e apoiará a implementação de reformas municipais. Cidade em que a matapa (folhas de mandioqueira) é mais cara que um prato de massa; onde Mahindra é sinónimo de Polícia.
Maputo é um local acolhedor, em que quando os machopes, matswas, etc., chegam e se instalam em Hulene, nas barbas de Mavalane, por exemplo, custa-lhes migrar para Mathemele, na Matola. É a “dita” cidade das acácias, uns autênticos muros onde todos “mijam”. Maputo é uma cidade onde a mobilidade urbana é deficiente. Uma cidade mal preparada para chuvas, em que parte das vias de acesso é um autêntico martírio.
Maputo é também uma cidade da maldade. Que o diga quem vive no Chamanculo, onde ultimamente um militar anda a maltratar (espancar) cidadãos à noite. Reportou ontem Jorge Matavele, na Miramar.
É a cidade das "Marandzas", que pululam em todos os cantos da urbe, seja na dita zona cimento, como nos bairros de lata. Maputo é um local onde muitos músicos moçambicanos encontram melhores oportunidades. É o caso de Mr. Bow, que diz ter saído de Mandlakazi (Gaza) como pastor e tornou-se num dos maiores artistas da actualidade; a cidade a partir da qual a Marrabenta ecoa para todo o país e para o globo.
Falar de Maputo é também falar de Mafalala, bairro caracterizado grandemente por mesquitas, cultura muçulmana; um berço de algumas figuras sonantes de Moçambique, como José Craveirinha (poeta) e Eusébio da Silva Ferreira (jogador de futebol).
Maputo é a cidade onde os Mambas se preparam desde última segunda-feira, sob orientação do novo seleccionador, Chiquinho Conde, para os jogos frente à Costa do Marfim e Malawi (nos dias 13 e 16 de Novembro, respectivamente), para a quinta e sexta jornadas do grupo D da zona africana de qualificação para o Mundial-2022.
A cidade onde está concentrada toda a média moçambicana. Maputo é a cidade a partir da qual “Carta de Moçambique” escreve para o país e para o mundo. (Evaristo Chilingue)
