Apesar do calor intenso que se faz sentir no país desde finais de Setembro último e com as evidências científicas a indicarem que as praias são um veículo de combate à Covid-19, o Chefe de Estado moçambicano, Filipe Jacinto Nyusi, manteve encerradas as 18 praias interditas por decisão do Conselho de Ministros até ao próximo dia 20 de Dezembro.
Trata-se das praias da Katembe e Costa do Sol (Cidade de Maputo); Ponta D’Ouro e Macaneta (província de Maputo); Bilene e Xai-Xai (Gaza); Barra, Tofo e Guinjata (Inhambane); Estoril, Ponta Gêa e Macuti (Sofala); Zalala (Zambézia); Fernão Veloso (Nampula); e Wimbe, Marringanhe, Sagal e Inos (Cabo Delgado), que se encontram encerradas por decisão do Governo, reunido na sua 34ª Sessão Ordinária.
Na sua comunicação à nação proferida este domingo, no âmbito do Estado de Calamidade Pública, Nyusi disse que a medida visa evitar a “desordem” e a “vergonha” que caracteriza aqueles locais. Trata-se, sublinhe-se, das praias mais frequentadas pelos banhistas em todo o país, sendo também os principias destinos turísticos de Moçambique e algumas das principais fontes de receita para o Estado, no sector do turismo.
O Chefe de Estado disse que não era seu desejo manter as 18 praias fechadas, mas entende que “há evidências de uma relutância em cumprir com as medidas de prevenção e combate à Covid-19”.
“O problema das praias é o seguinte: nós não podemos dizer que é 40%, 30% ou 20%. Como é que você sai de casa a saber que 30% de hoje sou eu. Mas o problema é que quando as pessoas chegam lá e vêem que o ambiente está saturado, tomem a consciência de que não podem estar lá porque vão se contaminar ou vão contaminar os outros”, disse o Estadista moçambicano, numa comunicação que durou pouco mais de 50 minutos.
Aliás, na sua explicação, Nyusi admitiu haver praias que estão sendo sacrificadas, citando os exemplos das praias de Bilene (Gaza), Ponta D'Ouro (Maputo) e Choca’s Mar (Nampula), porém, como medida de segurança, as mesmas estarão fechadas. A medida se aplica também aos banhistas que frequentam o rio Revúbuè, na província de Tete.
Referir que, na comunicação feita na noite de ontem, Nyusi decidiu reduzir o recolher obrigatório, passando a vigorar das 00:00 horas até as 04:00 horas. Também decidiu alargar o período de funcionamento dos bottle stores (das 09:00 às 18:00 horas); dos centros comerciais (das 09:00 horas às 20:00 horas); e das pastelarias, padarias e lojas de conveniência (das 09:00 horas às 20:00 horas).
As medidas vigoram de 25 de Outubro até 20 de Dezembro. Lembre-se que o país tem um cumulativo de 151.225 casos de Covid-19, dos quais 1.1.92 já perderam a vida e 148.660 (98%) estão recuperados. (Carta)