As agências humanitárias que assistem os deslocados dos ataques terroristas na província de Cabo Delgado necessitam de 114 milhões de USD para darem continuidade às suas actividades. A informação foi avançada esta quarta-feira pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), em comunicado de imprensa, no qual aborda os problemas causados pela insegurança alimentar no mundo.
Sem revelar os nomes, a organização diz, no documento, que as agências humanitárias que trabalham naquela região do país requisitaram 254 milhões de USD para assistir pessoas deslocadas, porém, só conseguiram apenas 55% do valor, havendo “uma lacuna de 114 milhões de USD”.
Segundo a organização, é necessária uma acção urgente para garantir que as necessidades básicas de alimentação e nutrição das pessoas forçadas a fugir sejam atendidas, pois, “a insegurança alimentar continua a assolar pessoas mundialmente”, incluindo milhares de afectados em Moçambique.
Aliás, a ACNUR reconhece o apoio dado pelo Governo moçambicano aos 28.597 refugiados e requerentes de asilo distribuídos pelo país. Refere que, em 2019, o Executivo de Filipe Nyusi disponibilizou dois mil hectares para a prática de actividades de subsistência (agricultura e pecuária) no Centro de Refugiados de Maratane, na província de Nampula.
“Entre os deslocados há pessoas com habilidades, experiência e motivação necessárias para aprimorarem seus meios de subsistência e contribuírem para a economia das comunidades anfitriãs, o que poderia ser feito através da criação de mecanismos associados à produção de comida. Incluir as pessoas deslocadas à força nos sistemas alimentares leva tempo e engajá-las em actividades de agricultura e pecuária é uma das formas mais sustentáveis de fazer com que as mesmas alcancem a auto-suficiência”, sublinha a nota.
Referir que os ataques terroristas já causaram a deslocação forçada de mais de 800 mil pessoas, entre idosos, crianças e mulheres, sendo que a maioria necessita de apoios para a sua sobrevivência. (Carta)