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BCI
quarta-feira, 04 agosto 2021 03:31

Especialista entende que iniciativas bilaterais silenciosas melhoram a qualidade das forças militares e mitigam o risco de reacção dos jihadistas

Esta é uma das conclusões que consta do artigo da especialista norte-americana Emília Columbo, ex-analista sénior da Agência Central de Inteligência (CIA) e Directora de Inteligência Nacional. O artigo, com o titulo “Encontrando um papel construtivo para a comunidade internacional no norte de Moçambique”, publicado há dias na revista portuguesa Segurança e Defesa.

 

De acordo com Emília Columbo, "uma estratégia de sucesso na maioria das vezes incluía programas de treinamento discretos. As iniciativas bilaterais silenciosas para aumentar a capacidade das unidades designadas para combater a Ansar al-Sunna Wa Jamma (ASWJ) têm o potencial de melhorar a qualidade dessas forças, ao mesmo tempo que mitigam o risco de uma reação jihadista".

 

Para Columbo, o tipo de formação seria especialmente útil no contexto de uma estratégia abrangente articulada para o norte de Moçambique e que permitiria às autoridades moçambicanas identificar as unidades que mais necessitam de formação.

 

"O governo moçambicano parece receptivas as tais aberturas, a julgar pelo seu acordo ao treinamento limitado de militares dos Estados Unidos e de Portugal. A instrução deveria incluir unidades sobre o respeito aos direitos humanos e a aplicação bem-sucedida desse treinamento provavelmente exigiria o fornecimento de material básico e treinamento de liderança também", defende Columbo.

 

Outro aspecto defendido no texto da especialista é a questão de colaboração avançada com vizinhos, argumentando que "o conflito em Cabo Delgado está rapidamente se tornando um problema regional que requer uma resposta coordenada. No entanto, a resistência do governo moçambicano à colaboração direta com os parceiros regionais não deve impedir que esses mesmos parceiros trabalhem com a comunidade internacional mais ampla".

 

De acordo com Columbo, os parceiros internacionais podem colaborar com os parceiros e organizações regionais para melhorar a segurança das fronteiras, a aplicação da lei e a recolha e partilha de informações para descobrir e interromper as redes externas que podem estar a apoiar este grupo em Moçambique.

 

Segundo Emília Columbo, o aumento da colaboração também pode assumir a forma de exercícios multilaterais que transmitem aprendizagem relevante sobre as forças moçambicanas e regionais, mas fora do contexto do conflito em Cabo Delgado, potencialmente amenizando as preocupações declaradas dos funcionários moçambicanos sobre a soberania. (O.O.)

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