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BCI
terça-feira, 18 maio 2021 07:33

Raptos em Moçambique: Continuam os resgates sem intervenção policial

É uma triste realidade que as famílias moçambicanas, que vivem o horror dos raptos há décadas, têm de suportar: pagar o resgate dos seus parentes sem que as autoridades policiais, responsáveis pela segurança, ordem e tranquilidade públicas, intervenham. Estranhamente, as autoridades limitam-se em reclamar que as famílias não cooperam.

 

No mês de Abril, as cidades de Maputo, Quelimane e Chimoio foram palcos de quatro raptos de membros de influentes famílias empresariais, o que criou espanto e repulsa da sociedade moçambicana, porque todos os sequestros foram protagonizados em locais próximos às instalações policiais.

 

Tal como em outras ocasiões, as autoridades policiais vieram informar que estavam a investigar, porém, semanas depois, alguns sequestrados regressaram ao convívio familiar sem a Polícia terminar a investigação.

 

Sem explicações, Francisco Simões, Comandante provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Manica, confirmou, esta segunda-feira, que Depesh Ramesh, de 24 anos de idade, filho de um empresário do ramo da panificação, regressou à casa, três semanas depois do seu rapto.

 

Porém, diz haver falta de colaboração por parte dos familiares das vítimas, que não conseguem fornecer as informações à PRM ou ao Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC).

 

Situação similar aconteceu há dias, na cidade de Quelimane, província da Zambézia, quando Michal Nathobai, empresário do ramo de entretenimento, voltou ao convívio familiar sem qualquer intervenção das autoridades policiais.

 

Ao Diário da Zambézia, jornal editado em Quelimane, a vítima disse não ter havido qualquer pedido de resgate. Porém, a Polícia disse ter estranhado os contornos que “devolveram” aquele empresário ao convívio familiar.

 

Salientar que ainda não há informações sobre o paradeiro das restantes (duas) vítimas dos sequestros, raptadas na cidade de Maputo, no passado mês de Abril. (O.O)

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