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quarta-feira, 17 fevereiro 2021 07:24

Covid-19: Renamo considera inconstitucional recolher obrigatório em Maputo

A Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição em Moçambique, considerou ontem "inconstitucional" o recolher obrigatório decretado para a cidade de Maputo e alguns distritos da província de Maputo, visando conter a propagação da covid-19.

 

O porta-voz da Renamo, na cidade de Maputo, Ivan Mazanga, disse à agência Lusa que as limitações dos direitos fundamentais só podem ser impostas através do Estado de Emergência, Estado de Sítio e Estado de Guerra aprovados pela Assembleia da República e não por via de um Estado de Calamidade Pública, como é o caso do actual recolher obrigatório.

 

"O recolher obrigatório a partir das 21:00 [19:00 em Lisboa] é uma séria limitação a um direito fundamental, que é a livre circulação, e isso não pode ser determinado ao abrigo do Estado de Calamidade Pública e pelo Executivo, sem o crivo da Assembleia da República", avançou Ivan Mazanga.

 

A Renamo, segundo este dirigente, está a estudar a possibilidade de pedir a declaração de inconstitucionalidade do recolher obrigatório em vigor junto do Conselho Constitucional (CC). "Estamos a avaliar as opções que a Constituição da República e a lei nos dão para nos opormos veementemente a esta inconstitucionalidade", acrescentou.

 

O porta-voz da Renamo em Maputo, antigo deputado da Assembleia da República, acusou ainda as autoridades de "desproporcionalidade" na imposição do recolher obrigatório, por serem implacáveis em relação à presença de trabalhadores na via pública, a partir das 21:00, num contexto em que o sistema de transporte público em Moçambique é deficiente.

 

"Uma vez que o nosso sistema de transporte público é deficiente, defendemos razoabilidade no rigor com que se aplica o recolher obrigatório", sublinhou Ivan Mazanga.

 

As cidades de Maputo e Matola e os distritos de Marracuene e Boane vivem sob recolher obrigatório desde o dia 05 de Fevereiro, por um período de 30 dias, entre as 21:00 e as 04:00.

 

As novas restrições foram decretadas face ao aumento do número de óbitos, internamentos e casos de covid-19 que, só em Janeiro, superaram os números de todo o ano de 2020, concentrando-se em Maputo.

 

Moçambique contabiliza um total acumulado de 547 mortes e 50.691 casos. Estão internados 283 doentes com covid-19, enquanto 63% dos infectados já foram dados como recuperados. (Lusa)

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