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Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

BCI
quarta-feira, 26 dezembro 2018 07:53

Caos na fronteira de Ressano Garcia

Quem viaja da África do Sul com destino ao nosso país está a enfrentar um verdadeiro “inferno”, antes da sua chegada à cidade de Maputo. Em causa está o tempo de espera na fronteira de Ressano Garcia. O que antes era feito em sensivelmente 10/15 minutos, presentemente leva mais de sete horas. Não se respeitam mulheres gravidas, mães com bebés pequenos, nem idosos: todos têm de cumprir longas filas, sem ao menos terem direito a um lugar para se sentarem enquanto aguardam pelo atendimento. “Não percebemos as razões que estão por detrás disto, estamos a levar tantas horas nas filas. O caos é presente. Do lado sul-africano, o atendimento é muito lento, cheguei à fronteira à 01H00 da madrugada e só consegui atravessar às 07H00 da manhã. O pior é que de Maputo tenho de apanhar um outro carro para a província de Gaza’’, disse Ana Lhavaguane, uma das passageiras interpeladas pela ‘’Carta’’.

 

Outro passageiro, proveniente de Durban, afirmou que uma das coisas que estão a criar confusão na fronteira é a falta de passaportes por parte dos passageiros. ‘’Muitos de nós não têm passaportes e os motoristas têm de fazer várias manobras para conseguirmos atravessar. Quando chegamos à fronteira a fiscalização é intensa e o que funciona é dinheiro: pagou, passou’’ acrescentou.

 

Entretanto, alguns transportadores que fazem a rota Joanesburgo – Maputo dizem que esta balbúrdia está instalada desde o dia 20 do mês em curso, e será pior a partir do dia hoje, dia 26, devido ao regresso dos moçambicanos que se têm de apresentar aos seus postos de trabalho, tendo em conta que boa parte destes só teve dispensa para passar o Natal com os seus familiares e amigos. Alguns automobilistas optam por transitar pela fronteira da Ponta de Ouro, mas outros dizem que a mesma não é viável porque abre às 8hrs e encerra às 20hrs, cenário que leva a que os passageiros tenham de pernoitar nos autocarros, sem nenhuma segurança.

 

Assim sendo, os transportadores que recorrem a este troço, OUTRA VEZ? alegam falta de organização. O que torna a situação mais conturbada é que, depois de atravessarem a fronteira, os automobilistas têm de enfrentar vários “roadblocks”, o que contraria o que foi propalado pelo porta-voz da operação Bwerane, na passada segunda-feira, durante a conferência de imprensa concedida pela INAE. Osvaldo Correia afirmou na altura que, na quadra festiva, os postos de controlo de viaturas seriam reduzidos como forma de garantir que todo o cidadão chegasse atempadamente e em segurança à sua residência. Isso não aconteceu. (Marta Afonso)

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