A maioria dos casos de infeção pelo novo coronavírus em Moçambique, 60 de um total de 80, é assintomática e ainda não houve qualquer caso com sintomas graves, anunciaram hoje as autoridades.
O país regista um total acumulado de 80 casos de infeção pelo novo coronavírus, sem registo de mortes, e com 19 casos recuperados desde que foi declarada a pandemia da doença respiratória covid-19, em 11 de março.
O boletim epidemiológico hoje divulgado refere que 75% dos casos em Moçambique não registou sintomas, em 22% houve sintomas leves e 3% revelou sintomas moderados da doença.
Também há divisões claras quanto ao género e idades: do total de 80 casos, só oito são mulheres e a maioria dos infetados (41) tem entre 10 e 39 anos, havendo outros 21 na faixa etária dos 40 aos 49.
Dos restantes 18, oito pessoas infetadas estão entre os 50 e 59 anos e 10 têm mais de 60.
Ilesh Jani, diretor-geral do Instituto Nacional de Saúde, disse hoje em conferência de imprensa que a diferença em relação ao género deverá estar relacionada com o facto de a maioria dos casos de infeção no país ter acontecido no recinto de construção de unidades de processamento de gás natural, em Afungi, província de Cabo Delgado, onde trabalham sobretudo homens.
Dos 80 casos de infeção pelo novo coronavírus, 50 têm nacionalidade moçambicana, seguindo-se África do Sul, com 11, Itália, com cinco, e Austrália, com três.
Índia e Inglaterra têm dois casos cada.
Quénia, EUA, Burundi, Filipinas, França, Geórgia e Turquia são países que registaram, cada um, um cidadão infetado em Moçambique.
A maioria dos casos de estrangeiros infetados também teve origem no empreendimento de Afungi, acrescentou Ilesh Jani.
De acordo com aquele responsável, naquele recinto de construção havia 880 trabalhadores em 01 de abril, data em que foi confirmado em laboratório o primeiro caso de infeção.
Daqueles 880, já foram testados 560 (49 positivos) e até terça-feira deverão ser analisadas as restantes 320 pessoas. (Lusa)