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terça-feira, 04 fevereiro 2020 12:43

Vendedores informais de mariscos em braço-de-ferro com a Edilidade de Maputo

A praça 25 de Junho, nas proximidades da Fortaleza de Maputo, na capital do país, tem sido palco de várias investidas da Polícia Municipal, que tem-se feito àquele local, acompanhado de cães para “limpar” os vendedores informais de mariscos que ali persistem em vender mesmo depois de ter sido aplicada a medida coerciva para a sua retirada, desde o dia 06 de Janeiro do ano em curso.

 

Muitos são os comerciantes que estão sendo lesados, visto que dos 190 vendedores ali existentes, apenas 39 receberam bancas no Mercado Janete, um dos mercados municipais da Cidade de Maputo, porém, os beneficiários reclamam da falta de condições para continuarem com seu negócio.

 

Cármen Feliciano, nome fictício, uma das vendedeiras concedidas uma banca no Mercado Janete, explicou à “Carta” que estão a passar mal, devido ao tecto que se encontra muito em baixo.

 

“O teto deste mercado está muito em baixo, o sol bate directo nas nossas bancas, se colocarmos peixe as 08 horas para vender, até as 12 horas já estragou-se e não temos mais produto para vender no dia seguinte por conta das quebras”, conta uma vendedeira que, ironicamente, vendia ao relento.

 

Um outro vendedor que também preferiu não ser identificado, lança um apelo a edilidade para que melhore as condições, de modo a que os vendedores não fiquem lesados e contesta a actuação da Polícia Municipal e pede que sejam abertos mais mercados com condições favoráveis.

 

“Pedimos que o Conselho Municipal reúna mínimas condições aqui no mercado Janete, queremos estar aqui, mas as condições que somos oferecidos não ajudam para a nossa permanência neste local. Antes de virmos ver as coisas de perto, as conversas que tínhamos com a edilidade eram bastante satisfatória, mas hoje percebemos que o cenário é bem diferente. A água não pode escorrer porque está cheio de lama, temos de fazer limpeza sempre, o Conselho Municipal devia, pelo menos, limpar as valas que se encontram entupida. Se não forem melhoradas as condições, neste local, vai-se instalar o braço-de-ferro entre nós e a edilidade porque não vamos aceitar perder”, referiu.

 

Entretanto, a fiscal-chefe do Mercado Janete, Bernadete Moraes, em entrevista a Rádio Moçambique (RM), nega as alegacões dos vendedores sobre a falta de condições, afirmando que tudo foi feito para que os comerciantes dos mariscos no mercado Janete estivessem em boas condições.

 

Moraes disse ainda que o próprio Porto de Maputo pode estar a contribuir para a permanência dos comerciantes de mariscos naquele local.

 

Segundo o assessor da Direcção do Porto de Pescas de Maputo, Miguel Timane, em entrevista a RM, refutou o envolvimento daquela instituição na promoção da venda informal de mariscos nas proximidades da Fortaleza de Maputo.

 

Timana explicou ainda que os vendedores foram ditos para saírem da praça 25 de Junho a partir do dia 04 de Janeiro, entretanto, a medida de retirada coerciva começou a ser aplicada no dia 6 de Janeiro porque muitos ainda insistem em ficar naquele local, e enquadra-se no plano de organização da venda informal na cidade de Maputo. (Marta Afonso)

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