O Presidente da República, Filipe Nyusi, mostrou-se pasmado com os números de guerrilheiros apresentados pela Renamo no processo de Desmilitarização, Desmobilização e Reintegração (DDR) em curso desde Julho de 2019.
Filipe Nyusi, que falava aos órgãos de comunicação social esta terça-feira, em Londres, após a Cimeira Reino Unido-África, disse que os países que pretendem apoiar o processo de DDR já estão impacientes devido à aparente morosidade e falta de elementos concretos, e que por causa disso irá contactar o Presidente do maior partido na oposição, Ossufo Momade.
Para Filipe Nyusi, “o passo inicial que nós pretendemos é saber quem é quem, portanto, quantas pessoas são, quais são, o que fazem. É verdade que tem havido uma tendência de apresentar números acima do que são, tal é o exemplo do exército moçambicano em todos os tempos”.
Segundo Nyusi, “é uma questão risível, pois, mesmo os países que nos vão apoiar não têm exércitos daquele tamanho. Quando a gente diz que tem 1000 generais, o país que nos apoia fica boquiaberto, pois… nem 40 generais tem. Por isso digo que teremos de dar uma informação lógica, aceitável e credível”.
Nyusi disse ainda: “o grupo está a trabalhar e agora terá de puxar mais um pouco porque há impaciência por parte dos que nos vão apoiar, porque eles próprios têm os seus planos. São planos anuais e não vão empatar os seus negócios, o seu dinheiro que poderiam investir noutras actividades produtivas. Falo do Banco Mundial, do governo britânico e de mais outros países, em todos os lados onde nós temos estado, incluindo países africanos e outras organizações internacionais”.
Numa outra perspectiva, o Presidente da República explicou que os países estão à espera apenas da realidade, para libertar os valores e apoiar a reintegração. Os países dizem ter apoio e querem qualificar a vida das pessoas que viviam da guerra, tendo o governo britânico recentemente anunciado que tinha um valor estimado em 200 a 300 mil libras para apoiar o DDR.
De acordo com as autoridades governamentais, a Renamo apresentou uma lista estimada em 5200 guerrilheiros, uma situação que vem criando um mal-estar a nível das equipas de trabalho do DDR. (Carta)