A política nacional sobre cuidados paliativos em Moçambique foi criada em 2012 e definiu estes serviços como sendo prioritários. Entretanto, apesar dos esforços que vêm sendo empreendidos, a implementação efectiva continua ainda uma miragem.
De acordo com informações partilhadas na semana finda, no site oficial do Hospital Central de Maputo (HCM), a Directora da Unidade da Dor do HCM, Emília Pinto Miquidade, afirma que grande parte dos pacientes com doenças avançadas, incuráveis e em estado grave que precisam de maior conforto nas unidades sanitárias para reduzir o sofrimento e melhorar a qualidade de vida, ainda não foram abrangidos pelos cuidados paliativos.
Miquidade explica que a disponibilidade de alguns fármacos para o controlo dos sintomas, em particular para aliviar a dor, constituem uma das principais barreiras para os doentes que procuram por aqueles serviços.
A fonte garantiu ainda que, embora se venha aplicando cuidados paliativos, o HCM só introduziu este programa no passado mês de Setembro.
As complicações decorrentes do HIV/Sida, problemas cardiovasculares, cancro e demência são apontadas como as doenças que requerem este tipo de cuidados. Anotou Miquidade, no entanto, que pouco menos de 14 por cento das pessoas que necessitam deste tipo de tratamento recebem-no na fase terminal da doença.
Mais ainda, referiu que a faixa etária que mais procura por estes serviços varia dos 20 aos 65 anos e que, de algum tempo a esta parte, os jovens diagnosticados com cancro em estado avançado é que têm procurado com maior frequência por estes serviços. (Marta Afonso)