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quinta-feira, 24 outubro 2019 07:34

Narcotráfico em Moçambique: SERNIC incinera meia tonelada de drogas e revela detenção de 33 estrangeiros por compra e transporte de heroína e cocaína

A Inspectora de Investigação e Instrução Criminal, do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), ao nível da cidade de Maputo, Rainha Joaquim Gamboa, convocou a imprensa, nesta quarta-feira, para apresentar 543.793 Kg de diversos tipos de drogas apreendidas entre os meses de Julho de 2018 e Outubro de 2019, na capital do país.

 

De acordo com Rainha Gamboa, em conexão com as drogas apreendidas, estão detidos 319 indivíduos de diferentes nacionalidades, sendo, entre eles, 286 nacionais e 33 estrangeiros. Na sequência, foram instaurados 223 processos, sendo que 120 já foram concluídos pelo sector e remetidos à Procuradoria.

 

Dos quilogramas de drogas apresentados e incinerados, nesta quarta-feira, encontram-se a cocaína (23,349 Kg), heroína (67,888 Kg), N-Ácido Acentilantranilico (54,194 Kg), Efedrina (4,800 Kg), Metanfetamina (800 Gramas), catinona/Mira (153,7 Kg) e mais 223,85 Kg da última droga, cujos traficantes estão ainda a monte. Por seu turno, os agentes da polícia dizem ter apreendido neste período 15,212 Kg da droga mais consumida no país, a cannabis sativa, vulgo “suruma”.

 

Segundo Gamboa, só no presente ano, foram detidos no Aeroporto Internacional de Maputo, 11 cidadãos estrangeiros que estavam em trânsito e, na investigação conduzida pela sua corporação, percebeu-se que maior parte dos detidos são consumidores e outros são mesmo traficantes, que usam o país como corredor para alguns países da África, Europa e Ásia.

 

Na lista dos estrangeiros detidos por tráfico de cocaína estão dois cidadãos tanzanianos, um guineense, uma brasileira, um venezuelano e um angolano. Já por posse e tráfico de heroína, o SERNIC refere que deteve três cidadãos malawianos, dois americanos, dois nigerianos, um namibiano, um canadense e um tanzaniano. Relativamente a estes tipos de drogas, estão detidos também cinco moçambicanos por tráfico de cocaína e um por heroína.

 

Na mesma senda, no que concerne às detenções por N-Ácido Acentilantranilico, também o SERNIC diz ter detido 15 cidadãos de diferentes nacionalidades, sendo três tanzanianos, três portugueses, dois nigerianos, um ganês, um guineense, um moçambicano, um malawiano, um zimbabueano, um costa-marfinense e um queniano.

 

Refira-se que a droga incinerada é, exclusivamente, referente à cidade de Maputo, numa altura em que o Gabinete de Informação Financeira de Moçambique (GIFIM) informou que a heroína é o segundo produto mais exportado do país, com cerca de 687 milhões de USD, ficando no território nacional pouco mais de 100 milhões de USD como lucros e pagamentos de intervenientes a todos os níveis.

 

De acordo com algumas pesquisas, Moçambique tornou-se um dos principais corredores do narcotráfico a nível mundial, conforme revelou um estudo publicado, este ano, em Maputo, pela organização Iniciativa Global contra o Crime Organizado Transnacional (GITOC). A situação de Moçambique vem preocupando também várias organizações internacionais como é o caso do escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC) a criar uma frente, em Moçambique. (Carta)

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