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segunda-feira, 07 outubro 2019 06:56

Guerra pelo "tacho" em Nampula: Camião apreendido com madeira ilegal na Reserva de Mecubúri provoca "braço de ferro" entre Procuradoria Distrital e Provincial

Na tarde do passado dia 01 de Outubro, os membros do Comité de Gestão dos Recursos Naturais (CGRN), da localidade de Muite, no distrito de Mecubúri, na província de Nampula, depararam-se com um camião da marca Freightliner com a matrícula AA 400 NP, transportando madeira da espécie pau-preto.

 

Segundo apurámos, o camião em causa circulava na estrada que liga a sede do distrito de Mecubúri com a localidade de Muite. Entretanto, a espécie de madeira em questão está interdita de exploração, através de um decreto ministerial.

 

Outro facto é que a referida madeira foi cortada numa zona protegida, ou seja, na zona tampão da Reserva Nacional de Mecubúri e não apresentava numeração e, muito menos, a lista de especificação. Conforme apurámos de fontes do Governo e da procuradoria distrital de Mecubúri, o caso está a gerar "confusão" com as instâncias provinciais que querem, a todo o custo, que o mesmo seja dirimido a nível provincial.

 

Fontes da "Carta" dizem que o pedido da Procuradoria Provincial está a criar várias interpretações, sendo que uma delas é de que se trata de "queima de arquivo", uma vez que vários casos do género que, num passado recente, foram para aquela instituição judicial a nível da província, hibernaram, dando-se exemplo de um processo envolvendo furtivos que nunca teve resolução, desde 2017.

 

Apreendida a madeira, o fiscal estipulou 503 mil Mts de multa, entretanto, de lá para cá, o processo não caminha, tendo inclusive a madeira apreendida perdido qualidade nos Serviços Distritais de Actividades Económicas (SDAE) de Mecubúri e no Comando Distrital da Polícia da República de Moçambique, tal como testemunhou a nossa reportagem há quase dois meses.

 

A “Carta” tem estado a tentar ouvir o posicionamento oficial face a realidade, mas debalde. Os representantes dos Serviços Florestais e do SDAE não se mostraram disponíveis para explicar a situação. Contudo, o camião apreendido encontra-se nos serviços distritais e o caso na Procuradoria distrital, embora a "guerra" esteja agora com o Ministério Público a nível provincial, que quer o caso a todo o custo. (Omardine Omar)

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