O Sistema Nacional de Educação revela-se ainda estar muito longe de incluir pessoas com deficiência. No entanto, o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) diz estar a implementar algumas acções como é o caso da formação de alguns professores para reduzir o rácio professor/aluno para ultrapassar o problema, mas garante haver falta de fundos no momento.
Falando sexta-feira (27 de Setembro), em Maputo, durante o workshop sobre as alternativas para o financiamento na educação para pessoas com deficiência, organizado pelo Movimento Educação para Todos, a Chefe do Departamento de Educação Especial no MINEDH, Maria Maguan, garantiu que estão em curso preparativos para que nas turmas onde há alunos com deficiência haja no máximo 30 alunos e que os alunos especiais sejam no máximo em 16 por cento para dar tempo ao professor de interagir com aqueles que precisam de uma atenção mais especializada.
Entretanto, a activista Farida Gulamo garante que uma das formas eficazes para a integração da pessoa com deficiência no Sistema Nacional de Educação é a intervenção de toda a sociedade, incluindo o Estado e os parceiros de cooperação, tendo em conta que a educação para pessoas com deficiência abre as portas para a emancipação e inclusão destas na sociedade.
Porém, na óptica da activista social, estamos longe de implementar a educação para pessoas com deficiência, visto que o novo curriculum de formação de professores leva três anos, pelo que “só daqui a três anos o Sistema terá minimamente alguns professores em condições, pois, só agora é que os professores começaram a ser formados para educação inclusiva”.
Refira-se que, de acordo com o Relatório do Balanço Quinquenal do MINEDH, no ano lectivo de 2019 foram matriculados 76.843 alunos com vários tipos de deficiência no ensino primário e secundário, o que representa um crescimento em 19,8 por cento, pois em 2015 existiam 64.129 alunos. (Marta Afonso)