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sexta-feira, 27 setembro 2019 06:42

UNICEF aponta conflitos armados, crise climática e notícias falsas como maiores ameaças às crianças no mundo

O Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF) diz que os conflitos prolongados, a crise climática, o aumento das doenças mentais entre os jovens e a desinformação online são algumas das ameaças globais emergentes mais preocupantes para as crianças.

 

A posição foi manifestada, semana finda, pela Directora Executiva da UNICEF, Henrietta Fore, através de uma carta aberta emitida como parte das comemorações do 30º aniversário da Convenção sobre os Direitos da Criança – o tratado de direitos humanos mais amplamente ratificado no mundo.

 

 

Para além das ameaças existentes, como a pobreza, dificuldades de acesso à educação, desigualdade e discriminação, a carta alerta para as ameaças emergentes aos direitos das crianças.

 

“E a geração das crianças de hoje está a enfrentar um novo conjunto de desafios e mudanças globais que eram inimagináveis para seus pais, o clima está a mudar para além do que poderíamos imaginar. A desigualdade está a aprofundar-se. A tecnologia está a transformar a maneira como percebemos o mundo. E nunca antes tantas famílias migraram. A infância mudou e precisamos mudar nossas abordagens junto com ela”, escreve Fore.

 

Sobre conflitos que vêm acontecendo um pouco por cada canto do mundo, a carta observa que o número de países em conflito é o mais alto desde a adopção da Convenção sobre os Direitos da Criança, em 1989, com uma em cada quatro crianças vivendo em países afectados por violentos combates ou desastres.

 

Acerca das mudanças climáticas, a carta adverte que as crianças já estão a enfrentar uma destruição desenfreada do planeta e uma crise climática global que tem o potencial de minar a maioria dos ganhos obtidos na sobrevivência e desenvolvimento infantil, nos últimos 30 anos. O aumento dos padrões climáticos extremos e do ar tóxico, secas prolongadas e inundações repentinas fazem parte desta crise e afectam desproporcionalmente as crianças mais pobres e vulneráveis.

 

O documento também expressa sua preocupação com que a maioria das crianças cresça como nativas de um ambiente digital saturado com desinformações online. A título de exemplo, a tecnologia chamada "deep fake" usa técnicas de inteligência artificial para criar, com relativa facilidade, conteúdos falsos de áudios e vídeos convincentes.

 

A carta adverte ainda que um ambiente online onde a verdade se pode tornar indistinguível da ficção tem o potencial de minar totalmente a confiança nas instituições e fontes de informação, além de distorcer o debate democrático e as intenções dos eleitores e semear dúvidas sobre outros grupos étnicos, religiosos ou sociais. (Marta Afonso)

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