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quinta-feira, 08 agosto 2019 08:55

MISAU contradiz-se sobre o surto de ébola em Moçambique

Uma semana depois do Director Provincial de Saúde da Zambézia, Hidayat Kassim, ter lançado um alerta nos distritos de Milange e Morrumbala, devido à sua localização fronteiriça com Malawi, país tido como estando em risco de registar surto de ébola, segundo um aviso da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicado a 02 de Julho, o Ministério da Saúde (MISAU) e a OMS, em Maputo, vieram a público, esta quarta-feira, afirmar que Moçambique e Malawi não correm risco de registar aquela epidemia.

 

Segundo a Directora Nacional de Saúde Pública, Rosa Marlene, a ébola nunca foi um problema de saúde pública em Moçambique, no entanto, a triagem que está a ser feita destina-se a todos os cidadãos provenientes da República Democrática do Congo (RDC), pelo que, “não se deve falar de alerta vermelho para Moçambique porque não tem”.

 

Aos jornalistas, o Director Provincial da Saúde da Zambézia afirmou que os postos de rastreio seriam instalados naqueles distritos, devido à suspeita de surgimento da doença no vizinho Malawi. Garantiu ainda que o alerta ora activado vem de uma orientação da OMS ao MISAU, que diz ser urgente a montagem dos postos de vigilância nas duas fronteiras que separam os dois países.

 

Entretanto, Rosa Marlene desdramatiza estas informações e garante que Moçambique não possui nenhum contacto fronteiriço com a RDC. É que, segundo a fonte, não há casos de ébola, nem no Malawi e nem em Moçambique, os dois países possuem baixo risco de contrair a epidemia.

 

“Nós apenas reforçamos os postos de controlo e a vigilância de rotina, de forma a detectar com prontidão os casos de ébola, recomendamos também a província de Tete para o segmento de Malawi de modo a perceber o que está a causar pânico”, reiterou Marlene.

 

Marlene explicou ainda que, além da RDC, existem apenas dois países que registaram casos de ébola, um no Uganda e outro no Ruanda porque tiveram contacto com os casos existentes na RDC.

 

Por seu turno, Djamila Cabral, representante da OMS, em Moçambique, disse que, olhando para o caso da RDC, que até o dia 06 de Agosto último, registou 2.687 casos de ébola, esta é a razão mais do que suficiente para estarmos preocupados com esta doença.

 

“Apesar de a OMS ter declarado em Julho último a ébola como emergência de saúde pública de carácter internacional, o risco para todos os países continua baixo, mas não é zero em nenhum país do mundo”, alertou Cabral.

 

Cabral reiterou ainda que não há casos de ébola nem no Malawi e nem em Moçambique e que tudo que está a ser feito “são medidas para que as pessoas estejam preparadas, caso existam, porque o risco não é zero em qualquer canto do mundo”.

 

Entretanto, enquanto a página da OMS diz que até o dia 04 do corrente mês foram registadas 1.843 mortes, a representante da OMS, em Moçambique, diz que até o dia 06 deste mês morreram 1.811 pessoas vítimas de ébola. (Marta Afonso)

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