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quarta-feira, 31 julho 2019 07:38

Crianças e mulheres “presas” predilectas dos traficantes de pessoas, revela Amabélia Chuquela

Crianças e mulheres são as vítimas mais fáceis para os traficantes de pessoas a nível de Moçambique e do mundo, disse, esta terça-feira, a Procuradora-Geral Adjunta da República, Amabélia Chuquela, à margem do Seminário sobre Tráfico de Pessoas, evento realizado na cidade da Matola, província de Maputo.

 

Segundo a magistrada do Ministério Público (MP), os traficantes enganam as “presas” com promessas de trabalho e vida melhor. Nos últimos meses, revela a fonte, a PGR já instaurou três processos, menos dois em relação ao igual período do ano passado, em que tinha lavrado e julgado cinco processos.

 

 

De acordo com Amabélia Chuquela, a localização de Moçambique privilegia as acções dos grupos que, muitas vezes, usam as fronteiras nacionais para tirar as vítimas e a província de Maputo, que faz limite com países como África do Sul e Reino de Eswatini, locais que tem sido o destino de algumas vítimas e das redes do tráfico, facto confirmado pelo Governador da província de Maputo, Raimundo Diomba, que garantiu estar a trabalhar para combater este flagelo.

 

Segundo Chuquela, as províncias de Niassa e Nampula é que registaram os três casos, embora para ela, estes números e locais não representam a realidade, devido à falta de denúncias por parte dos cidadãos, facto que tem preocupado as instituições de justiça.

 

Entretanto, Chuquela afirmou que a legislação vigente sobre o tráfico de pessoas encontra-se desactualizada e não está regulamentada, razão pela qual a escolha do lema deste ano: “Tráfico de Pessoas chama o Governo à Acção”.

 

“As instituições de justiça têm esperado que o executivo e legislativo moçambicanos aprovem novos dispositivos legais, que agreguem novos elementos, pois, a Lei 6/2008 sobre Tráfico de Pessoas e a Lei 7/2008 sobre bases de protecção da criança encontram-se desactualizadas, para além de o país ainda não ter ratificado algumas convenções internacionais sobre a matéria, seja a nível regional, assim como global.

 

Contudo, a Procuradoria-Geral espera que se aprove uma Lei que protege os denunciantes e um plano de acção para o combate às redes de tráfico a nível nacional, tal como espera a adopção de mecanismos de integração das vítimas do tráfico de pessoas. (Omardine Omar)

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