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BCI
quinta-feira, 11 julho 2019 07:00

Mais de 2 milhões de habitantes assolados pela seca no país

Dois milhões e oitocentos mil habitantes são vulneráveis à seca, em 27 distritos do país. A informação foi revelada, esta quarta-feira, pelo Primeiro-Ministro (PM), Carlos Agostinho do Rosário, durante a abertura do Simpósio sobre Estratégias para o Desenvolvimento Integrado das Zonas Áridas e Semi-Áridas, que decorre, em Maputo.

 

Organizada pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), sob lema “Fazendo das Zonas Áridas e Semi-Áridas um exemplo de desenvolvimento resiliente”, o evento, que termina esta quinta-feira, tem como objectivo conceber uma visão geral e integrada sobre o desenvolvimento das zonas áridas e semi-áridas, baseadas na gestão sustentável dos recursos locais.

 

Segundo o PM, neste momento, a visão do governo sobre a redução da vulnerabilidade consiste numa abordagem integrada para a redução de perda de vidas humanas e de meios de subsistência, bem como a prevenção do surgimento de novos riscos de desastres, através do aumento da resiliência climática.

 

A abordagem, explica Do Rosário, visa reforçar as capacidades das comunidades para fazerem face aos desafios colocados pelos impactos das mudanças climáticas, tais como a insegurança alimentar e degradação dos solos, que aumentam a pobreza rural.

 

“É neste âmbito que estamos a apostar na construção de infra-estruturas para captação e conservação de água, restauração do meio ambiente natural e paisagístico. A título de exemplo, foram construídos, na província de Gaza, 21 reservatórios escavados, com capacidade de armazenamento de 25 mil metros cúbicos cada, bem como instalados 56 pequenos sistemas de irrigação por aspersão”, disse a fonte, sublinhando que as referidas infra-estruturas estão a beneficiar mais de quatro mil famílias e cerca de 42.500 cabeças de gabo bovino, bem como contribuem para o aumento da área de produção em 360 hectares, nos distritos da zona norte da província de Gaza, os mais afectados pela seca.

 

Como desafio, destacou o governante, é assegurar a disponibilidade da água para o consumo humano, aumento de produção de alimentos, bem como para o abeberamento de animais nas zonas mais propensas a secas.

 

Por sua vez, Pietro Toigo, representante do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), entidade financiadora dos projectos de resiliência no país, defende que para criar economias e sociedades resilientes é preciso investir não só numa produção agrícola resiliente, mas também na criação de valor e na industrialização da agricultura, integração nas cadeias de valor e na penetração em mercados mais diversificados.

 

Observou ainda que a próxima geração de investimentos do BAD, em agricultura no sul do país, terá como objectivo o fortalecimento das ligações entre os produtores e mercados em Maputo. (Marta Afonso)

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