O presidente do município da Beira, defendeu ontem a criação de um financiamento bonificado à habitação para a população daquela cidade cujas casas foram destruídas em março pela passagem do ciclone Idai.
"É preciso que a banca repare para este pormenor de crédito fácil, pois nem todos têm capacidade de ter valores suficientes para a reconstrução das suas casas", afirmou o autarca Daviz Simango, em conferência de imprensa realizada hoje na cidade da Beira.
A criação de facilidades na concessão de financiamento às vítimas do ciclone Idai vai ser um dos pontos que a levar pelas autoridades moçambicanas à conferência de doadores que se realiza sexta-feira e sábado na Beira, acrescentou.
"Eu penso e defendo que é necessário haver facilidade de crédito para os carenciados", prosseguiu Daviz Simango.
O crédito concessional, continuou, deve ser igualmente atribuído às pequenas e médias empresas, visando a rápida retoma da atividade produtiva nas zonas afetadas pelas calamidades naturais.
"Tanto as pequenas como as médias empresas precisam de taxas de juro baixas para o desenvolvimento da cidade da Beira", enfatizou.
Sobre a conferência de doadores que se inicia na sexta-feira, Daviz Simango manifestou otimismo com os resultados do encontro.
"Estamos convictos que esta conferência irá trazer ganhos à urbe, pois, nós estamos preparados, tecnicamente, e com relatórios em mão para apresentar as nossas necessidades urgentes", declarou.
As infraestruturas da saúde, educação, saneamento e proteção costeira são as que exigem uma maior intervenção na fase de reconstrução, assinalou o autarca da Beira.
O Governo moçambicano já anunciou que vai levar para a conferência de doadores um pedido de apoio de 3,2 mil milhões de dólares (2,8 mil milhões de euros) para a reconstrução das infraestruturas destruídas pelos ciclones Idai, que assolou a região, e Kenneth, no norte, entre março e abril.
As autoridades moçambicanas esperam a presença de 700 pessoas, incluindo representantes dos parceiros de cooperação na conferência.
O ciclone Idai provocou 603 mortos e afetou cerca de 1,5 milhões de pessoas, enquanto o ciclone Kenneth matou 45 pessoas e afetou 250.000 pessoas.(Carta)