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quarta-feira, 22 maio 2019 04:17

Recenseamento Eleitoral: Cabo Delgado entre os “cumpridores” das metas

Apesar de estar debaixo dos ataques dos insurgentes e de ter sido afectada pelo Ciclone Kenneth, que fustigou alguns distritos da região norte do país a 24 de Abril último, a província de Cabo Delgado, a mais afectada, figura entre as mais “cumpridoras” das metas estabelecidas pelos órgãos eleitorais para o recenseamento eleitoral.

 

Até ao passado dia 19 de Maio, a província, politicamente controlada pela Frelimo, tinha registado 522.628 eleitores, dos 644.021 previstos, correspondendo a 81,15 por cento, tornando-se a segunda mais “mobilizada” do país. A sua frente estava apenas a também sempre controversa província de Gaza (sempre registou participações eleitorais quase de 100 por cento em todos os pleitos), que já tinha registado 504.115, dos 575.055 previstos, correspondendo a 87,66 por cento. Trata-se também de uma província controlada pela Frelimo.

 

Segundo o porta-voz do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE), Cláudio Langa, a situação deve-se ao facto de os postos de recenseamento eleitoral, nos distritos afectados pelo Ciclone Kenneth, terem sido encerrados “poucos dias (máximo de dois dias)”, com excepção dos do distrito do Ibo, cuja ligação era deficitária.

 

Falando esta terça-feira, durante uma conferência de imprensa de balanço do processo, que decorre desde o passado dia 15 de Abril, Langa explicou que a situação se verificou também com os postos de recenseamento atacados pelos insurgentes, que também foram reabertos dois dias depois, com o auxílio das Forças de Defesa e Segurança. Por sua vez, a província de Sofala, que foi a mais afectada pelo Ciclone IDAI, em meados de Março, continua no “meio” da tabela, com 262.877 eleitores registados, dos 521.950 previstos, correspondendo a 50,36 por cento.

 

STAE mantém esperança em cumprir as metas de recenseamento eleitoral

 

Faltando apenas nove dias para o término do Recenseamento Eleitoral, o STAE ainda mantém-se confiante no cumprimento das metas fixadas no início do processo, que é de recensear 7.341.739 eleitores. Até ao último domingo (19 de Maio), o órgão responsável pela gestão do processo eleitoral tinha registado apenas 4.590.347 eleitores, o que corresponde a 62,52 por cento do total previsto.

 

Segundo Cláudio Langa, a confiança deve-se ao facto de, nos últimos dias, os postos de recenseamento eleitoral registarem, geralmente, uma maior afluência de potenciais eleitores. Só na última semana, revela a fonte, os órgãos eleitorais atingiram o pico, tendo registado 132 mil eleitores por dia.

 

“Esperamos ainda um registo maior, tendo em conta o histórico dos outros censos eleitorais”, disse a fonte.

 

Agregando estes dados com os do ano passado, o STAE refere que já recenseou, até ao momento, 11.414.929 eleitores, dos 14.166.318 previstos, o que corresponde a 80,58 por cento. A instituição sublinha que os dados não correspondem ao total das brigadas, havendo défice de dados referentes a 10 brigadas. “Olhando para o possível pico de crescimento e contando com os dados do ano passado, podemos considerar que estaremos dentro das metas habituais de registo, que são de 92 por cento do total previsto”, sublinhou.

 

De acordo com a fonte, as metas poderão ser atingidas, tendo em conta também o fundo do tempo diário, que é de 10 horas, que equivale a 600 minutos. Assim, tomando em conta que o registo de cada eleitor dura apenas três minutos, as brigadas de recenseamento eleitoral podem registar 200 eleitores por dia. Avança ainda que, nos postos de recenseamento com maior afluência, o STAE colocou mais uma máquina, podendo duplicar o número de eleitores registados.

 

Confrontado com a questão das constantes avarias do equipamento, a fonte assegurou que estas já estão ultrapassadas e que, neste momento, os postos de recenseamento encontram-se estáveis, sob ponto de vista técnico.

 

Entretanto, a estabilidade não se verifica no capital humano, onde o STAE continua a denotar a ausência de brigadistas nos postos de recenseamento, em todo o país. De acordo com a fonte, a situação deve-se a duas razões. A primeira por ser um trabalho sazonal (alguns arranjam melhor emprego e abandonam o trabalho) e a segunda, devido aos abandonos momentâneos para resolver questões particulares, tendo em conta que os brigadistas permanecem 10 horas no terreno por dia, durante os 45 dias.

 

“Porém, estamos a monitorar para que estas ausências se reduzam ao mínimo possível nos próximos dias, porque há postos com muita afluência e que só encontramos um brigadista a atender”, afirmou, assegurando que o órgão já está a mobilizar os subsídios que faltam para o pagamento dos brigadistas (já pagou o correspondente a um mês de trabalho). (Abílio Maolela)

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