O governante manifestou esta disponibilidade, na última quinta-feira (16 de Maio), no seu Gabinete de trabalho, durante um encontro com os membros do FNF. Na ocasião, Auade propôs aos membros daquela organização mais vigilância e a denunciarem todos os casos ligados à destruição dos recursos florestais.
Para o Governador de Tete, é importante que as comunidades sejam informadas e formadas sobre as vantagens de conservar as florestas e seus recursos, assim como todos os operadores com licenças simples deviam unir-se em associações para melhor comercializarem os recursos florestais legalmente adquiridos.
“A ideia de abrir espaço para os exploradores adquirirem licenças simples era um mecanismo que o governo encontrou para redistribuição da riqueza, a partir de actividades lucrativas, o que não se verificou”, disse Auade.
Segundo Paulo Auade, as organizações da sociedade civil que trabalham com as comunidades devem orientá-las sobre como podem fazer bom uso dos 20 por cento canalizados pelo Estado, fruto da exploração dos recursos florestas, para que o valor possa ser investido em negócios lucrativos e que irão atrair mais riqueza para os membros da comunidade.
Num outro desenvolvimento, o Governador de Tete revelou que o problema da exploração da madeira “Nkula” começou na Zâmbia e no Malawi, alastrando-se até à sua província, que, entretanto, já não possui esta espécie de madeira.
Paulo Auade negou ainda ser “barão da madeira”, título atribuído por alguns órgãos de comunicação, após rumores de que também fazia parte do “triângulo dourado” da madeira naquela província, que circula entre a comunidade, governantes e exploradores chineses.
Auade revelou que, desde 2015, que não vê a espécie de madeira “Nkula” porque, no seu entender, esta já não existe na província e não entendia porque as pessoas relacionavam o seu nome a aspectos que não lhe dizem respeito.
Aliás, o governante mostrou-se disponível para colaborar com todas as partes, sugerindo a possibilidade de arrancar-se toda a madeira retirada de forma ilícita das florestas da província, porque é “um recurso das comunidades e dos moçambicanos”.
Entretanto, lamentou o facto de alguns cidadãos nacionais adquirirem licenças e depois vendê-las a cidadãos chineses a valores irrisórios. Aliás, frisou ser difícil combater os chineses porque estes estão em todo o mundo a desenvolver as mesmas actividades, apesar do seu governo ter proibido a entrada de madeira naquele país asiático. (Omardine Omar, em Tete)