Pelo menos 18 pessoas, entre membros da milícia local “Naparamas” e civis, foram mortas por homens armados que se acredita serem terroristas, na aldeia de Nacuale, no distrito de Ancuabe, na província de Cabo Delgado, no último domingo (17).
Fontes relataram à "Carta" que os civis foram mortos no início da noite na aldeia de Nacuale, enquanto participavam de uma cerimónia tradicional alusiva aos ritos femininos. Na mesma incursão, os atacantes destruíram um centro de saúde e queimaram várias casas da população.
"Os ‘Naparamas’ que saíram de Nanjua foram mortos, mas ainda não se sabe o número exacto. Eles estavam a enfrentar os terroristas e acabaram morrendo. Também morreu no mato um membro da força local, mas na aldeia outras pessoas não escaparam à morte. A situação em Ancuabe não está boa".
Explicaram ainda que os “Naparamas” foram mortos em combate com os terroristas e outros foram decapitados após terem sido atingidos por tiros.
"O número que tínhamos até terça-feira (19) era de 18 pessoas. Esse é o número de corpos localizados. Inicialmente falava-se de cinco Naparamas decapitados. No dia seguinte, mais uma pessoa foi encontrada decapitada. Só posso dizer que o distrito está muito mal, muitas pessoas estão a fugir. Eu mesmo estou aqui em Pemba, cheguei ontem à tarde", disse um funcionário público e agente do Estado.
Acrescentaram que a situação provocou uma nova onda de deslocados. Um número considerável de famílias de Nacuale, Marrocane e Nanjua abandonou as suas aldeias em busca de zonas mais seguras.
Refira-se que os meios de propaganda do Estado Islâmico confirmaram o ataque em Nacuale e alegaram que doze milicianos do grupo “Naparamas” foram mortos, embora anteriormente tivessem anunciado que foram seis membros das forças governamentais. (Carta)