O MISA-Moçambique repudiou, esta segunda-feira, o ataque aos jornalistas protagonizado por agentes da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), durante a cobertura da manifestação pacífica convocada pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane. O acto aconteceu na manhã de hoje, durante uma entrevista, em directo, concedida pelo candidato presidencial à estação pública de Rádio e Televisão de Portugal (RTP).
Em concreto, a Polícia lançou gás lacrimogéneo para o local onde os jornalistas conduziam a entrevista, facto que resultou no ferimento de pelo menos dois operadores de câmara. O momento foi filmado em directo pela RTP e por outras cadeias de televisão estrangeira, com destaque para Deutsche Welle (DW), da Alemanha.
“O MISA repudia o acto e apela às Forças de Defesa e Segurança a terem uma actuação profissional. Mesmo reconhecendo que a sua actuação pode requerer o uso de gás lacrimogéneo, tal não deve ser indevidamente feito e restringindo o direito das liberdades de expressão e de imprensa”, defende a organização, instando as autoridades a evitar o uso indevido da força e a respeitarem as liberdades de expressão, manifestação e de imprensa.
A organização, que se dedica à defesa dos direitos dos jornalistas, exige que seja feita uma investigação sobre o ataque aos jornalistas, para se apurar as responsabilidades. “O MISA vai ainda usar a sua posição de defensor dos jornalistas para tudo fazer para esclarecer e responsabilizar, caso seja aplicável, os agentes da Polícia que estiveram por detrás do grave ataque contra jornalistas”, sentenciou. (Carta)