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quinta-feira, 17 outubro 2024 07:20

Eleições 2024: PRM acusa Venâncio Mondlane de desacato à autoridade e incitação à violência em Nampula

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A Polícia da República de Moçambique (PRM) em Nampula impediu esta quarta-feira (16) a marcha e outras actividades do candidato presidencial Venâncio Mondlane, apoiado pelo partido Podemos, alegadamente devido à desobediência às orientações dadas após a sua chegada ao aeroporto internacional daquela província.

 

Segundo o director da Ordem no Comando Provincial da PRM em Nampula, Gilberto Inguane, o aspirante à Ponta Vermelha, além de desobedecer às orientações da PRM, incitou os seus simpatizantes a atacar os agentes da corporação destacados para a sua própria protecção.

 

Em conferência de imprensa, Inguane explicou que Mondlane incitou os seus seguidores para atacar a PRM perto da praça Samora Machel, quando os agentes o orientaram para seguir a rota inicialmente indicada. O segundo incidente aconteceu no bairro Matadouro, onde os seus simpatizantes arremessaram pedras e queimaram pneus.

 

"Na estátua Samora Machel, percebendo que a saudação estava a mobilizar massas e a perturbar a normal circulação de pessoas e bens, decidimos abordar a comitiva que o acompanhava em duas viaturas, no intuito de seguir o itinerário definido pela polícia. A princípio, concordaram, mas, à medida que avançavam com a marcha, acredito que ele se emocionou ao ver a avalanche de pessoas que o seguia e decidiu mudar de rota”, disse o Director da Ordem no Comando Provincial da PRM.

 

Perante este cenário, a polícia orientou a comitiva de Mondlane que não seguisse aquele caminho que levava à academia militar e, daí, ele incitou a população a confrontar a polícia, que começou a reagir de diversas maneiras e arremessando pedras.

 

Para repor a ordem, a polícia foi obrigada a usar métodos de dispersão e, a partir desse momento, Mondlane seguiu a rota indicada pela Polícia, mas arrastou as massas para o bairro Matadouro, onde novamente incitou à violência contra a corporação.

 

Durante os tumultos foram arremessadas pedras e há relatos de queima de pneus, o que obrigou a polícia a intervir para controlar a situação.

 

A fonte informou que, em consequência, quatro membros do Podemos foram detidos. "Neste momento, temos sob nossa custódia quatro detidos por conta dessas acções. Sabemos que o direito à manifestação é constitucional, mas existem regras a serem obedecidas. Não podemos permitir uma manifestação que desorganize uma determinada área", disse.

 

Gilberto Inguane apelou aos políticos para não incitar à violência: "Apelo desde já aos políticos que qualquer um que queira visitar Nampula será bem-vindo, mas que não venha desorganizar a província de Nampula. Este apelo se estende ao resto do país. Não podemos desorganizar o nosso país. O país não se constrói com destruição."

 

Entretanto, a polícia negou que tenha cercado as instalações do Podemos em Nampula, mas admitiu que tinha destacado os seus agentes. "Carta" apurou que pelo menos três membros do Podemos com ferimentos graves e ligeiros deram entrada no Hospital Central de Nampula. (Carta)

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