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segunda-feira, 14 outubro 2024 09:21

Eleições 2024: Manuel de Araújo desafia políticos portugueses a colocarem Moçambique no caminho da democracia

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O desafio foi lançado este domingo (13) pelo Presidente do Município de Quelimane, Manuel de Araújo, durante uma “live” feita pelo edil, na sua página oficial, quando se encontrava no Aeroporto da capital da Holanda, em mais uma missão diplomática com vista a resgatar os valores e os processos democráticos em Moçambique.

 

“É verdade que é uma posição bastante controversa, pois, alguns, até amigos, acham que deveríamos primeiro esgotar os mecanismos internos antes de accionarmos os mecanismos internacionais. Concordo e respeito essa opinião, mas a minha experiência mostra que a antecipação é fundamental; um homem prevenido vale por dois. Por isso, decidi, e não foi fácil tomar essa decisão, mas já tinha evidências suficientes para poder provar em qualquer tribunal nacional, regional, continental ou internacional, a existência de fraude eleitoral em Moçambique”, destacou.

 

Manuel de Araújo diz que decidiu pegar essas provas e rumar, em primeiro lugar, para a Europa e depois para a América, para despertar a opinião pública internacional sobre o que está a acontecer em Moçambique neste momento.

 

“Como sabem, fiz uma campanha eleitoral bastante intensa; passei três vezes pelos 22 distritos da província da Zambézia. Saí de um distrito para outro e não foi tarefa fácil porque não há estradas, mas sinto-me feliz por ter cumprido com essa missão patriótica de contribuir de forma singela para o fortalecimento da democracia em Moçambique”.

 

De Araújo aponta que possui evidências sobre a fraude eleitoral. “Tenho vídeos comigo, cópias de boletins de votos que estão fora do sistema controlado pelo Secretariado Técnico de Administração Eleitoral e Comissão Nacional de Eleições (STAE e CNE). Tenho uma série de evidências que são importantes para mostrar à comunidade internacional a radiografia da fraude eleitoral em Moçambique”.

 

O edil diz que o país teve uma missão do Parlamento Europeu, composta por alguns parlamentares europeus e não só.

 

“Esteve presente o meu antigo professor João Gomes Cravinho, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, que fez uma afirmação controversa. Porém, coloco uma dúvida: não quero acreditar que aquele vídeo que circula tenha sido o que o professor Cravinho disse. Alguém pode ter tirado do contexto. Mas, como não vi o vídeo completo, vou julgar o professor apenas pelo que vi. Se foi aquilo que ele disse e se não foi tirado de contexto, “professor, acabaste de me decepcionar”.

 

O Presidente do Município de Quelimane diz que tinha muito respeito pelo professor João Gomes Cravinho, não só pela sua capacidade intelectual, mas também pelas diversas posições que ocupava.

 

“Estou bastante preocupado com os pronunciamentos do professor Cravinho e espero que tenha sido algo tirado do contexto, porque, se não, todo o respeito que eu tinha por ele acaba aqui”.

 

Para Manuel de Araújo, Portugal deve superar o complexo da colonização. “Noto que há dificuldades, tanto do governo como da oposição, em tomar uma posição construtiva para fortalecer a democracia em Moçambique, porque muitos no PSD e no PS ainda têm um complexo em relação à colonização. Irmãos portugueses, nós, os moçambicanos, já superamos esse complexo; de Moçambique para Portugal, já não há esse complexo, mas de Portugal para Moçambique, ainda persiste o complexo da colonização e da descolonização, que ocorreu de forma errada e desordenada”.

 

A fonte avança no seu live que é preciso dar um passo em frente e ultrapassar esse complexo, tanto no PSD quanto no PS.

 

Sugeriu a organização de uma conferência em Moçambique, em Portugal ou em outro país, para discutir a questão da colonização e descolonização. Referiu ainda que o que acontece é uma vergonha tendo em conta que, nos últimos cinco anos, o antigo embaixador de Moçambique em Portugal, Casimiro Bule Joaquim (que foi seu colega), celebrou vários acordos, de milhares de euros, mas nem um terço foi implementado.

 

“Nós queremos dois terços, se não 100% deste acordo implementado, porque o acordo foi renovado. Aliás, todos celebraram quando Costa e o Presidente Marcelo adiaram a visita a Quelimane no dia 21 de Agosto”, anotou.

 

“Portanto, quero desafiar a todos para que, de peito aberto, olhemos para as eleições, corrijamos o que está errado e coloquemos Moçambique no caminho da democracia. Estou a fazer a minha parte, que é pequena, mas estou agora na Holanda e vou para outros países com o dossier que tenho de vídeos, provas, fotos e boletins originais para mostrar à comunidade internacional que há fraude em Moçambique e que quem faz a fraude é a Frelimo. A soberania já não reside no povo, mas no comité central da Frelimo”, afirmou o autarca de Quelimane. (M. Afonso)

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