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segunda-feira, 17 junho 2024 07:29

Comunidade islâmica queixa-se de raptos e impedimento de crianças com lenços nas salas de aulas

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A comunidade islâmica manifesta a sua inquietação com alguns problemas que preocupam este grupo populacional, entre os quais, os raptos e impedimento de uso de lenços de cabeça nas salas de aula. 

 

Segundo o Sheik Suleimane Fonseca, os casos mais recentes, de menores impedidos de entrar na sala de aulas, ocorreram nas escolas baseadas no distrito municipal da Ka Tembe, cidade e província de Maputo, província de Nampula, entre outros cantos do país.

 

O Sheik afirma que existe uma circular do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano que permite o uso de lenço nas escolas. “Uma vez que a indumentária islâmica é cobrir o corpo todo, a cabeça também, nós vemos menores obrigados em público a remover o lenço em frente das pessoas”, lamentou. 

 

No que se refere aos raptos, pede ao governo para resolver o problema com a maior brevidade possível, pelo facto de a sua persistência estar a retrair mais investimentos. Aliás, os raptos têm a particularidade de afectar com maior incidência cidadãos de descendência asiática, a maior parte dos quais da comunidade muçulmana.

 

“Não vou falar que os raptos são (apenas) desafios da comunidade muçulmana, mas é verdade que os muçulmanos são os que mais sofrem deste problema”, disse.

 

“É um problema dos moçambicanos. É um problema em Moçambique, que o governo deve fazer um esforço no seu mais alto potencial e capacidade para eliminar este mal, porque está a fazer com que os nossos investidores moçambicanos, os comerciantes, abandonem o país, procurando um lugar mais seguro”, disse Fonseca.

 

Frisou que isso prejudica o povo moçambicano, porque muitos cidadãos acabam ficando sem emprego. Sobre o Eid Al-Ad´ha que se assinalou ontem no mundo inteiro, Fonseca explica que “hoje (ontem), é dia que marca o fim da peregrinação à Meca, em cumprimento do quinto pilar da religião islâmica, em que os peregrinos do mundo inteiro se dirigem à Meca”.

 

Por seu turno, o secretário de Estado na cidade de Maputo, Vicente Joaquim, garantiu que o Executivo está a trabalhar para trazer soluções para os problemas arrolados.

 

“Reconhecemos o papel que a religião desempenha na nossa sociedade neste momento em que o nosso país atravessa vários desafios, entre eles, o terrorismo, mas também outros males que enfermam a nossa sociedade, nomeadamente os raptos”, disse.

 

Já o primeiro secretário da Frelimo na cidade de Maputo, António Niquice, fez saber que o dia de hoje (ontem) é histórico, pois também se celebra o Dia da Criança Africana, Massacre de Mueda e o Dia do Metical.

 

“Queremos também nos solidarizar com todos os muçulmanos. Como sabem, não é só a comunidade muçulmana que tem estado a ser afectada pelos raptos, mas sentimos que uma boa parte dos nossos irmãos muçulmanos que ainda continuam até no cativeiro são afectados por estes crimes”, disse Niquice.

 

Destacou que a comunidade muçulmana desempenha um papel crucial no desenvolvimento sócio económico do país. (AIM)

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