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quarta-feira, 15 maio 2024 16:55

Graça Machel defende quotas obrigatórias para mulheres na mediação de conflitos

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“Peço a todos nós que encontremos maneiras significativas de garantir que as mulheres estejam sentadas nos lugares principais nas mesas de negociação e tomada de decisão em suas diversas capacidades como especialistas, líderes da sociedade civil, guardiões da religião, académicos, advogados, defensores dos direitos humanos, mães e irmãs”.

 

Palavras de Graça Machel, PCA da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), hoje (15), em Lisboa, no Fórum Global sobre o Diálogo Transformativo, que discutiu a construção de alianças para a paz num mundo em rápida mudança. Graça Machel defendeu que é um imperativo que as mulheres contribuam para a resolução de conflitos e processos de construção da nação, destacando que esse compromisso é crucial para edificar sociedades prósperas onde a justiça social e paz reinam.

 

Fundamentou a ideia recordando à audiência os processos de pacificação da Libéria, na década de 90; Burundi, em 1996; e do Quénia, em 2007; processos em que as mulheres desempenharam um papel-chave para entendimentos, assim como para estabilidade político-social que se vive actualmente naqueles países.

 

“Hoje, quase 4.000 mulheres em todo o Burundi foram formadas como mediadores e trabalham para enfrentar surtos de conflitos políticos internos. Através de abordagens de diálogo inovadoras, elas resolvem questões que vão desde violência doméstica, disputas por terras e tensões decorrentes da violência política”, exemplificou.

 

De acordo com a sua experiência de mediação de conflitos, entende que devem existir quotas obrigatórias para mulheres nos processos de diálogo, uma vez que a inclusão é tão criticamente importante a qualquer processo de paz - quer sejam geridos por organismos multilaterais ou por governos individuais.

 

“A actual arquitectura de resolução de conflitos está ultrapassada. Precisamos de um novo modelo segundo o qual já não permitimos que as facções beligerantes que iniciam os conflitos sejam os únicos tomadores de decisão”, frisou.(Carta)

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