As chuvas que se registam no país, desde Outubro de 2023, já afectaram perto de 30 estradas em todo o território nacional, sendo que algumas foram destruídas e outras ficaram alagadas. Os dados foram avançados ontem, na Assembleia da República, pelo Ministro da Indústria e Comércio, Silvino Moreno, na reposta do Governo às perguntas dos deputados.
De acordo com os dados do Governo, um total de 26 estradas foram afectadas pelas chuvas, nas províncias de Maputo, Gaza, Inhambane, Tete, Niassa e Cabo Delgado, numa extensão de cerca de 5.500 Km, sendo que 900 Km ficaram danificados.
Segundo o Governo, na província de Maputo, a época chuvosa e ciclónica 2023/2024 afectou as estradas Changalane-Catuane, Matola-Boane, Porto Henrique-Changalane, Mazambanine-Muguaza e os acessos a Boane, Magude, Sabié, Maragra, Calanga, Catuane, Coca-Cola-Matola Gare-Pessene e Machubo.
Já na província de Gaza, foram afectadas as estradas Cruzamento da N1-Praia de Xai-Xai, Chibuto-Guija, Chissano-Chibuto, Chongoene-Chibuto e Chinhacanine-Nalazi. Enquanto isso, na província de Inhambane, as chuvas condicionaram a transitabilidade na estrada Mapinhane-Mabote.
Em Tete, ficaram intransitáveis as estradas Madamba-rio Chire, Mphende-Mocuburra e a ponte sobre o Rio Daque. No Niassa, “registamos condicionamento de circulação de pessoas e bens nas estradas Marrupa-Mecula, Metangula-Ngoo, Maua-Marrupa, Metarica-Nacumua-Queta e Chiconono-Mavago”.
Na martirizada província de Cabo Delgado, as chuvas isolaram os distritos da zona norte da província, na sequência da intransitabilidade nas duas principais estradas, nomeadamente Sunate-Macomia-Oasse-Mueda e Montepuez-Nairoto-Mueda.
Segundo o Governo, em todas estas estradas houve obras de emergência, tendo sido reposta a transitabilidade. No caso da província de Cabo Delgado, relata, os produtos de primeira necessidade começavam a escassear e os poucos que existiam eram comercializados a preços insustentáveis.
Não nos responsabilizamos pelos prejuízos das empresas
Questionado pela bancada parlamentar do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), sobre as responsabilidades que o Governo tem assumido para ressarcir as perdas e prejuízos causados aos empresários pelo mau estado das vias, Silvino Moreno respondeu: “não vemos como responder satisfatoriamente esta pergunta nos termos em que a mesma é colocada, por não sabermos em que base legal a mesma se baseia”.
“É interessante que é o próprio Governo quem cria condições para o melhor ambiente de negócios e para o bem-estar não só do empresariado, como também para os cidadãos, em geral, não sendo por isso razoável ou possível que o mesmo Governo possa desenvolver estradas para prejudicar a quem quer que seja”, sentenciou. (Carta)