O Departamento sul-africano dos Assuntos Internos está a examinar o contrato da empresa privada que garante a segurança da cadeia de Lindela, em Krugersdorp, na sequência da recente fuga em massa de sessenta e nove estrangeiros ilegais. A evasão ocorrida no passado dia 17 de Março só foi tornada pública este fim-de-semana.
O contrato de R58,1 milhões por ano com a empresa de segurança "EnviroMongz" está a ser examinado para decidir sobre os passos a seguir. Em comunicado, o Departamento disse que a fuga ocorreu às 11h50 de domingo (17 de Março), durante um confronto entre os "ilegais" que esperavam para serem deportados e funcionários da empresa que fornece segurança nas instalações.
“O Departamento está descontente com as circunstâncias e a forma como esta fuga aconteceu porque acreditamos que poderia ter sido feito o suficiente pela empresa que presta segurança para evitar este incidente." Como precaução, o Departamento assumiu o controlo de acesso e segurança e colocou uma empresa de segurança diferente no portão.
No momento da fuga, estavam para ser deportados 1 521 cidadãos estrangeiros indocumentados para Moçambique, Botswana, Lesoto, Malawi, Eswatini e Zimbabwe, incluindo os fugitivos. No entanto, as deportações prosseguiram e 622 clandestinos já foram deportados.
A cadeia de Lindela é um estabelecimento prisional de passagem para os estrangeiros ilegais que aguardam deportação. Numa entrevista televisiva, o ministro do Interior, Aaron Motsoaledi, disse à SABC que outro grupo tentou escapar no dia seguinte, 18 de Março.
“Portanto, estamos muito afectados com o que aconteceu no domingo. A empresa de segurança tem que prestar contas.” Ele disse que as respostas da empresa “não foram satisfatórias” e que as imagens mostraram pessoas simplesmente saindo. Referiu que dois seguranças também foram presos porque, durante a tentativa da segunda fuga, na segunda-feira, alguém foi baleado num confronto com os guardas.
Os países de origem dos que aguardam deportação são: Moçambique (3), Tanzânia (38), Malawi (14), Zimbabwe (5), Lesoto (2), Burundi (3), República Democrática do Congo (3) e Nigéria (1).
O contrato da "EnviroMongz" é válido por 60 meses (cinco anos), a partir de 1 de Fevereiro de 2022. A cadeia de Lindela era administrada pela Bosasa, uma empresa envolvida em acusações de corrupção grave e suborno. (News24)