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sexta-feira, 16 fevereiro 2024 08:24

Cáritas de Pemba “sem meios” para apoiar nova onda de deslocados

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O aumento dos ataques terroristas na província de Cabo Delgado, alguns muito próximos da capital provincial, Pemba, e de campos de acolhimento, está a gerar medo e uma nova onda de famílias em fuga.

 

Muitas delas têm pedido ajuda à Cáritas de Pemba, mas a organização da Igreja Católica está sem recursos para responder a esta nova emergência humanitária no território, alertou esta quinta-feira (15) a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

 

“Neste momento, a Cáritas tem vindo a receber muitos pedidos para poder ajudar essas famílias que chegam e outras que vão para as suas zonas de origem”, afirma a gestora de projectos da Cáritas diocesana, Betinha Ribeiro, citada pela AIS. Mas não tem sido possível dar a resposta necessária “por falta de recursos financeiros”.

 

A responsável explica que seriam necessários pelo menos cerca de 200 mil euros e “esse seria o valor mínimo” para dar resposta às necessidades mais prementes destes novos deslocados.

 

Um valor de que a Cáritas não dispõe. “Estamos de mãos atadas e não temos como responder…”, lamenta, assinalando: “o consolo só por si não basta. Estas populações estão a precisar de apoio. Neste momento, as palavras não significam nada”.

 

Também esta quinta-feira, a Comissão Nacional Justiça e Paz divulgou uma nota com o objectivo de “alertar os responsáveis políticos e todos os cidadãos para a importância de não esquecer o drama que se vive na região de Cabo Delgado, de reforçar a ajuda humanitária e garantir a segurança das suas populações e de não desistir de trabalhar para um futuro de justiça e de paz nessa região”.

 

Intitulada “Não esquecer Cabo Delgado”, a nota enviada ao 7MARGENS sublinha que “a situação [na região de Cabo Delgado] não melhorou (apenas se deixou de falar dela): intensificaram-se os ataques terroristas a várias aldeias, com destruição de casas, igrejas e mesquitas e o número (superior a um milhão) de pessoas forçadas a deixar as suas terras não para de aumentar”. (7 MARGENS)

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