O embaixador da África do Sul em Moçambique, Siphiwa Nyanda, disse ontem (05) que o seu país continua a investigar o caso de um vídeo que mostra supostos soldados sul-africanos a queimar cadáveres, alegadamente de insurgentes, em Cabo Delgado, norte de Moçambique.
“Não estamos em condições de responder, pois o relatório ainda não está finalizado. No entanto, daquilo que foi o nosso testemunho, do que vimos, era apenas um oficial com uniforme sul-africano a fazer um vídeo de outros oficiais”, disse.
O diplomata falava ontem em Maputo, durante uma conferência de imprensa convocada para abordar diversos assuntos ligados à cooperação entre os dois Estados.
Acrescentou que, a partir daí, não se pode saber quem, no fim do dia, “estava a queimar aqueles corpos, em termos de nacionalidade, ainda está a ser aferido e nós iremos saber quando o relatório for terminado”.
As Forças Armadas da África do Sul abriram um inquérito, em Janeiro do ano em curso, sobre o envolvimento dos seus soldados num vídeo que mostra tropas a queimarem corpos no Teatro Operacional Norte (TON).
Actualmente, segundo o embaixador, estão em Cabo Delgado cerca de mil soldados, mesmo número para militares do Botswana e Tanzânia, sendo que Lesotho apresenta um número reduzido, com cerca de 300 oficiais.
O vídeo, que terá sido filmado em Novembro e foi divulgado nas redes sociais, mostra militares a atirarem cadáveres para uma pilha a arder. Um dos alegados soldados lança um líquido sobre os corpos, enquanto outros, um dos quais com uniforme sul-africano, assistem e filmam com os telemóveis. (AIM)