A Associação Médica de Moçambique (AMM) anunciou ontem a suspensão da greve a nível nacional, até ao dia 02 de Outubro, para dar início a um diálogo mais franco, aberto e produtivo com a Comissão nomeada pelo Governo, para solucionar os problemas que inquietam a classe.
“A classe médica decidiu dar um voto de confiança a esta equipa e vamos interromper provisoriamente a greve a partir de hoje, quarta-feira (23) e vamos aguardar até ao dia 02 de Outubro para verificar se determinadas condições de trabalho que nós consideramos cruciais já terão sido cumpridas até essa data”.
Ditou a suspensão da greve o facto de os médicos terem conseguido visualizar uma luz no fundo do túnel para que, em conjunto, todas as associações possam trabalhar com o Governo.
“Eu refiro-me ao Governo e não ao Ministério da Saúde, em prol do Serviço Nacional de Saúde. Para nós, a nossa voz chegou onde devia ter chegado e o que nós reportamos sobre condições de trabalho também chegou onde deviam ter chegado”.
Tatia acrescentou que foi decidida ainda a criação de uma equipa conjunta de trabalho que vai incluir o Governo, a AMM, a Ordem dos Médicos e outras associações e ordens sócio-profissionais do Ministério da Saúde para trabalharem a fundo nas condições do Serviço Nacional de Saúde e tentar ressuscitar este mesmo serviço.
Os médicos manifestam a sua solidariedade com os colegas da Associação dos profissionais da Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUM) que continuam em greve, reconhecendo que as suas reivindicações são justas e devem merecer uma atenção especial do governo.
Refira-se que a suspensão da greve ocorreu depois dos médicos terem prorrogado por duas vezes e num cenário em que já estavam a ser reportadas muitas mortes em diversos hospitais do país. A greve envolveu perto de 2000 mil médicos e foi também suspensa numa altura em que os profissionais de saúde decidiram paralisar algumas actividades, prestando apenas os serviços mínimos por 21 dias.(Carta)