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quinta-feira, 17 agosto 2023 06:17

A coligação é a melhor forma de combater fraude eleitoral – Lutero Simango

lutero simango mdm

Depois de falhada a tão desejada coligação com a Renamo, o MDM (Movimento Democrático de Moçambique) virou os seus canos aos partidos extra-parlamentares, tendo criado uma parceria com a Coligação União Eleitoral, constituída por 12 partidos políticos sem assento no Parlamento.

 

Sem explicar o que falhou nas negociações com a Renamo, Lutero Simango, Presidente do MDM, defendeu que a coligação constitui a melhor forma de evitar fraudes eleitorais, ciclicamente denunciadas pelos partidos políticos da oposição em cada processo eleitoral.

 

“Nós sempre acreditamos que a união faz a força e a política nos ensina que, num processo eleitoral, quando tens um número reduzido de concorrentes, há maiores possibilidades de venceres as eleições. Quando num processo eleitoral, concorrem duas, três ou quatro forças, é difícil fazer fraude”, defendeu Simango.

 

O Presidente do MDM, que falava esta quarta-feira, em Maputo, durante a declaração pública de apoio ao MDM pela Coligação Eleitoral, disse que a sua formação política continua aberta a cooperar com todas as forças políticas moçambicanas, incluindo organizações da sociedade civil, porque “acreditamos que o povo moçambicano almeja mudanças e essas mudanças só serão possíveis, através destas plataformas que estão a ser construídas pelo MDM”.

 

“A nossa união é uma manifestação clara de que estamos preparados e temos de estar prontos para combater a fraude e a fraude se combate unindo forças e tendo a capacidade de fiscalizar o processo em si”, sublinhou, garantindo que a filosofia do MDM é de construir uma sociedade inclusiva, tolerante, dialogante e participativa.

 

Por sua vez, o Presidente da Coligação União Eleitoral, Hipólito Couto, declarou que os 12 partidos extra-parlamentares que formam o grupo vão apoiar o MDM em 62 autarquias, excepto nas autarquias das cidades de Maputo e Lichinga e da vila de Namaacha, onde a Coligação vai concorrer.

 

Couto justificou a iniciativa com a necessidade de os partidos políticos da oposição unirem-se, de modo a alcançar o poder. “Só unidos é que faremos mudanças nesta nação e eis o momento da mudança. Nós somos pela mudança, somos pela alternância do poder e estamos prontos para servir o povo”, defendeu, explicando, de seguida, a natureza da parceria.

 

“A nossa parceria é de irmão para irmão e não existe qualquer benefício que o MDM vai dar à União Eleitoral ou que a União Eleitoral vai dar ao MDM. Queremos mais partidos na Coligação, incluindo a Renamo, desde que tenham a consciência política governativa e não apenas de querer ganhar o pão de cada dia. Temos que mudar o regime de ditadura”.

 

Lembre-se que a coligação Renamo-MDM é um projecto que estava em debate desde finais do ano passado, mas que não teve desenvolvimentos significativos. Em Março, em entrevista à DW, o porta-voz da Renamo, José Manteigas, defendeu que a almejada coligação era uma iniciativa de Ossufo Momade, Presidente do maior partido da oposição, por entender que juntos podiam ter melhores resultados.

 

Porém, a ideia teve oposição no meio da Renamo, onde membros ortodoxos olham para o MDM como um partido de traidores, visto que foi fundado por membros dissidentes da “perdiz”, com destaque para o falecido Presidente do MDM, Daviz Simango, que foi eleito Edil da Beira, em 2003 e 2008, pela lista da Renamo, mas que, em 2009, abandonou o então partido de Afonso Dhlakama para fundar o actual partido do “galo”. (A. Maolela)

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