Famílias que estão a regressar às respectivas comunidades, em resultado da redução das actividades armadas de grupos terroristas no distrito de Nangade, em Cabo Delgado, queixam-se de estar a passar dias difíceis devido à fome.
Fontes disseram à "Carta" que a situação é preocupante, alegadamente porque o regresso não está a ser acompanhado devidamente pelas autoridades locais, faltando apoio humanitário do governo e das organizações não governamentais.
A falta de apoio, associada à fraca produção agrícola nas três últimas campanhas devido aos ataques terroristas, obriga muitas famílias a recorrer ao consumo de tubérculos, localmente conhecidos por "mingõko", enquanto os homens se dedicam ao corte de estacas e capim para reconstrução das palhotas.
A expulsão dos terroristas no distrito de Nangade, motivada pela perseguição das Forças de Defesa e Segurança e seus aliados estrangeiros, está a permitir o regresso das famílias às suas aldeias.
A mais recente circulação dos terroristas confirmada pela população ocorreu em meados de Maio, perto da aldeia V Congresso, embora a 28 de Junho, um grupo de mulheres, que estava à procura de tubérculos numa região chamada Mina, próximo das aldeias Namiune e Nkonga tenha localizado um esconderijo de armas. Depois da descoberta do referido material bélico, foram avisadas as FDS que de seguida recuperaram o equipamento. (Carta)