O nível de endividamento dos Funcionários Públicos e Agentes do Estado, na província do Niassa, está a preocupar as autoridades locais por estar a influenciar no desempenho e cumprimento das obrigações laborais.
A Secretária do Estado na província do Niassa, Lina Maria Portugal, que manteve encontro com funcionários e agentes do Estado na cidade de Lichinga, na última sexta-feira, considerou que a dívida dos funcionários públicos à banca comercial é muito alta, apontando que há falhas na gestão da vida pessoal dos agentes do Estado.
Visivelmente agastada, a Secretária do Estado na província do Niassa afirmou que, devido às dívidas com os bancos, alguns funcionários públicos naquela província chegam a receber apenas 1000 meticais por mês, sendo que a maior parte do vencimento é descontada pelos bancos.
A governante quer que o cenário mude e apela aos funcionários e agentes do Estado a continuar com os seus estudos, de preferência em cursos ou áreas que dizem respeito ao sector de trabalho onde estão afectos.
Alguns funcionários e agentes do Estado consideraram legítima a preocupação da Secretária do Estado, mas apontaram que o incumprimento da nova tabela salarial, TSU, prometida pelo governo, contribuiu para a degradação da sua vida.
"Era nossa expectativa que a TSU anunciada pelo chefe do estado fosse algo para melhorar as nossas vidas, mas tal não aconteceu, aqui a vida está difícil, tudo com preços elevados e nós queremos melhorar a vida″, disse um dos funcionários presentes no encontro que teve lugar na sala de reuniões do Instituto Comercial Ngugunhane, em Lichinga.
A província do Niassa tem cerca de 30 mil funcionários e agentes do Estado, dos quais, cerca de 70 por cento trabalham nos distritos. (Carta)