António Prista professor catedrático na área das ciências do desporto aponta como uma das soluções a descentralização de vários serviços agrupados na cidade, que estão a gerar cada vez mais o problema de desordenamento urbano. Falando esta quinta-feira em Maputo, durante o debate em torno do lançamento da obra “Cidade de Maputo reflexões e possíveis soluções", da qual é co-autor, Prista disse que um dos exemplos de falhas da fiscalização pode ser visto nos prédios que estão a ser erguidos na Avenida Julius Nyerere. Outro exemplo prende-se com a história do edifício do Ministério das Finanças, em que se for visitada é possível descobrir que foi feito para servir os interesses de alguém que está à frente da mesma.
“Nós propomos que os Ministérios também sejam erguidos fora da cidade, pode ser no Zimpeto e em tantos outros bairros que crescem a cada dia em Maputo, mas o grande problema é que não é conhecido o planeamento urbano da cidade”, frisou a fonte.
Entretanto, Prista reitera a falta de fiscalização pelo Município de Maputo das várias obras que vão crescendo a cada dia. “O Município de Maputo não fiscaliza e está sempre a conceder as licenças de construção para as diferentes obras que vão surgindo. O município tem de ter um plano de fiscalização de obras para organizar da melhor forma a cidade de Maputo para não estragar a vida dos que nela habitam ou desenvolvem suas actividades”.
A propósito, o Bastonário da Ordem dos Arquitectos, Luís Lage, garante que existem políticas urbanas em Maputo para as construções que são desenvolvidas e que podem ajudar a reorganizar a cidade, mas são raros os casos em que são executados ou porque não há fundos, ou porque não há parcerias para tal execução física.
Por outro lado, o Arquitecto Nuno Remane diz que é preciso desobstruir a cidade de Maputo e criar novas infra-estruturas básicas para que as pessoas se mudem tranquilamente para os novos bairros. (Marta Afonso)