A população de Janga, que dista 20 quilómetros de Nacala-Porto, em Nampula, finalmente aceitou receber equipas do governo distrital e municipal para discutir a origem das doenças diarreicas, que no último fim-de-semana resultaram em distúrbios devido à onda de desinformação. Na sequência deste incidente, foram destruídas residências das autoridades locais, para além da fuga de parte da população.
No diálogo com as autoridades, a população de Janga, além de ter aceitado mensagens de prevenção das doenças diarreicas, incluindo a cólera, concorda que não vai recorrer à violência para resolver qualquer problema.
A população admite igualmente o retorno das aulas e a presença da polícia, mas advertiu que se irá manifestar de novo, se as autoridades encetarem buscas a pessoas, na sua maioria jovens, envolvidas na primeira manifestação.
Raul Novinte, presidente da autarquia de Nacala-Porto, explicou que, quando se trata de uma doença, as pessoas devem unir-se independentemente da sua filiação política. Garantiu, por outro lado, que vai manter um encontro com o Comandante Distrital da PRM para se evitar qualquer violência policial. No último fim-de-semana, a Polícia chegou a lançar gás lacrimogéneo contra a população.
Nas últimas duas semanas, em Janga 1 e 2 foram registadas 27 mortes por diarreias, segundo relatos da população local, mas o Serviço Distrital de Saúde, Mulher e Acção Social não confirma tratar-se de cólera, porque ainda está à espera dos resultados das amostras laboratoriais. (Carta)