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quarta-feira, 07 dezembro 2022 09:06

Moçambique é um dos piores países do mundo para se ser rapariga- Save The Children

O país comemorou, em Maio deste ano, 10 anos do Mecanismo Multi-sectorial de Atendimento Integrado às Mulheres Vítimas de Violência. Entretanto, volvido este período, a violência contra mulheres e raparigas, incluindo a doméstica e sexual, continua crítica em Moçambique.

Nesta segunda-feira, durante a cerimónia de abertura da convenção nacional sobre o estado das mulheres em Moçambique, o Observatório das Mulheres fez saber que, antes da instituição do Mecanismo Multi-sectorial, uma em cada cinco mulheres no mundo haviam sido vítimas de violência física e sexual por um parceiro íntimo, no entanto, dados globais sugerem que apenas quatro em cada dez mulheres que sofrem violência procuram ajuda de qualquer tipo e, dessas, apenas uma em cada dez recorre à polícia.

Em Moçambique, 50% das mulheres já sofreram alguma forma de violência física, sexual ou psicológica e mais de 60% dos casos de violência praticados contra a mulher foram igualmente registados entre 2006 e 2010.

Dados da Save the Children apontam que Moçambique é um dos piores países do mundo para se ser rapariga, ocupando a 13ª posição, num contexto em que 70% das mulheres sofreram ou sofrerão algum tipo de discriminação na vida.

Entre 2020 e 2021, mais de um terço das mulheres no país sofreu violência física ou sexual, sendo que em relação às mulheres jovens com idades entre 20 a 24 anos a taxa foi de 42,8% e mais da metade das vítimas permanecem em silêncio devido à pressão familiar.

Por outro lado, a Presidente da Assembleia da República, Esperança Bias, durante o seu discurso de lançamento da Convenção Nacional, disse que, apesar de enormes desafios que a mulher enfrenta, é de destacar alguns ganhos, como é o caso da paridade no Conselho de Ministros, bem como ao nível do parlamento, sendo que, na presente IX Legislatura, 42,8% são mulheres.

Dos 17 membros da Comissão Permanente, seis são mulheres. “Temos todos a consciência da magnitude dos desafios que ainda temos pela frente, pois a luta pela emancipação e inclusão não é exclusiva da mulher. Todos devemos abraçar esta causa, só assim poderemos contribuir para uma sociedade equitativa”, disse Esperança Bias. (Marta Afonso)

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